Diferente do que alguns poderiam pensar, a popular loja de departamentos Magazine Luiza não vai pegar carona no conceito Amazon de vendas, e sim se inspirar no modelo usado pela empresa chinesa WeChat (grupo Tencent).
Com o sucesso da plataforma digital implementada pela companhia brasileira em 2018, que a fez crescer em pelo menos 35%, os planos para este ano serão ainda mais notórios.
A ideia é criar um super aplicativo, que sirva tanto para compras, pagamentos e que possa ser utilizado várias vezes por dia, sempre que o cliente desejar.
Para este projeto, a super loja também se inspirou em outro aplicativo chinês, o Taobao, pertencente ao Alibaba, que também serve para transações comerciais, conversar e até pedir um táxi.
De acordo com o presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, a continuação da ação digital é para que o usuário consiga fazer tudo pelo app e otimize mais seu tempo.
Como é algo relativamente novo para a empresa, é normal que demore algum tempo para que o conceito seja melhor desenvolvido e se torne mais eficaz.
Além disso, a companhia pretende oferecer pelo app um programa de novos serviços e vantagens, mas sem cobrança de assinatura e a permanência do frete grátis.
Ao contrário da Amazon, que cobra um valor anual para poder proporcionar frete gratuito e acesso a serviços como streaming de conteúdo, o Magazine não quer seguir por esta vertente.
Segundo Frederico Trajano, este modelo de negócio não funcionaria no Brasil pelo simples fato dos consumidores daqui terem menos poder aquisitivo que os norte-americanos.
Hoje, o aplicativo do Magazine Luiza tem 6 milhões de usuários ativos, que fizeram compras no início de 2019. Um número bastante expressivo em relação ao ano passado, um salto de mais de 130%.
Porém, a companhia ainda enfrenta um problema considerado comum: os usuários que costumam desinstalar o aplicativo após uma primeira compra.
A solução deve ser o aumento de ofertas e serviços dentro da plataforma digital.
A empresa também identificou quais são os produtos mais comprados com regularidade pelo app e buscam investir mais neste segmento, que é o caso dos departamentos de alimentação e moda.
Outro desafio pela frente é fazer a migração dos mais de 4 milhões de portadores de um cartão ativo do Magazine Luiza para o universo digital. Nem todo mundo tem acesso ou quer consumir de forma virtual.
*Foto: Divulgação