Instagram realizou teste no Canadá, Brasil e em outros países, porém há quem não concorde
Em tempos de uma era onde as ‘curtidas’ importam, uma mídia social abolir número de likes parece ser uma ousadia. Resta saber como as pessoas vão encarar daqui para frente o fato do Instagram ‘esconder’ quantas pessoas curtiram posts alheios.
A marca que pertence ao Facebook enxerga esta decisão como algo positivo, que possa gerar menos competição, pressão e mais personalidade entre os usuários da mídia social.
Abolir número de likes
A plataforma decidiu também abolir número de likes, primeiramente, em caráter de experimentação. O Canadá foi o país que abriu esta discussão, no mês de maio e em julho foi a vez de mais seis países aderirem aos testes, entre eles o Brasil. A implantação funcionou da seguinte forma: o usuário que entrasse em sua página pessoal no Instagram não teria mais acesso ao número de curtidas e de vídeos assistidos de seus seguidores e vice-versa.
No entanto, é possível para quem curtiu ou assistiu ao vídeo em questão, porém não aparecerá o número de ambos. A pessoa ainda poderia contar se quisesse de forma manual, mas se for um post de uma página onde há milhares de seguidores, fica praticamente impossível saber a quantidade real. Todavia, somente a pessoa que é responsável pelo post teria acesso a este indicativo.
Sobre isso, o porta-voz do Facebook que comanda o Instagram desde 2012, Seine Kim disse à época:
“Estamos expandindo o teste a fim de fazer uma ideia melhor de como a experiência ecoa com a comunidade mundial do Instagram”.
Medir resultados
A rede social não deu maiores informações sobre como seria realizado os testes no Canadá e nos outros países, que ainda incluem: Austrália, Irlanda, Itália, Japão e Nova Zelândia. Também não revelaram como seria feita a medição de tais resultados.
O presidente do Instagram Adam Mosseri, afirmou no fim de abriu que os testes começariam pelo Canadá. E ressaltou que a intenção da empresa não era tornar a plataforma de fotos e vídeos como um espaço de competição. Ao contrário, a ideia da mídia social é que seus usuários se preocupem mais como se conectar com pessoas que gostam do que com o número de likes que recebem em uma publicação.
Outras redes sociais apostam em novas métricas
Não é apenas o Instagram que demonstra querer alterar os sistemas de métrica. O YouTube também adere a esta prática, mas de modo diferente. No caso, ele alterou o método como exibe números de assinantes em seus canais. Já o Twitter não revela mais a seus investidores seu indicativo mensal de visitantes ativos.
Reações
Teve pessoas que acharam positivo a decisão de testes do Instagram, entre eles o cantor Troye Sivan. O artista australiano possui mais de 10 milhões de seguidores na rede social e afirmou em seu Twitter:
“Feliz por os jovens não basearem mais sua autoavaliação e avaliação de conteúdo em um número exibido na tela”.
Pensamento semelhante também veio da modelo irlandesa Rozanna Purcell, que tem cerca de 300 mil seguidores. Purcel afirmou na época:
“Recebo tantas mensagens de meninas de escola que dizem se sentir deprimidas e que elas não são boas porque suas amigas recebem mais likes do que elas”, disse Purcell. “Temos coisas suficientes para servir de comparação em nossa sociedade e por isso abrir mãos dos números pode ser bom”.
Discordâncias
No entanto, nem todos encararam com empolgação a medida do Instagram. Para o chefe de cozinha e escritor australiano, Adam Liaw, a ideia da mídia social pode levar ao seu extermínio e enxerga como um grande erro. Ao saber da mudança, ele tuitou a notícia e ainda acrescentou que a mudança pode limitar a influência dos influenciadores da plataforma.
Por fim, Adam afirmou em seu Twitter:
“Eles estão vendo milhões e bilhões de dólares que gostariam de faturar sendo canalizados para promoções pagas que vão diretamente para usuários fora de seu ecossistema”.
Fonte: Folha de S. Paulo
*Foto: Divulgação