Atualmente, muitas empresas se destacam no mercado por sua empatia, o que atrai os clientes. Ficar longe de holofotes negativos da mídia também é importante, além de manter um contato acessível com seu público alvo. Todos estes fatores impactam no crescimento do negócio. Mas nem todas as companhias conseguem este feito. Portanto, qual o segredo do sucesso? Sobre isso, a CPO do Nubank respondeu a esta questão, focando na cultura da empresa.
Nubank – investimento em cultura
Para Renne Mauldin, Chief People Officer da fintech, investor em cultura é fundamental. Ela abordou o tema durante o segundo dia do FORBES Start, palco do São Paulo Tech Week, realizado na semana passada. Em sua palestra, ela falou um pouco sobre como esse aspecto pode determinar no sucesso do Nubank e quais os meios a serem tomados por outras companhias.
Mauldin revela que no caso da Fintech, a cultura foi estabelecida logo na criação do banco digital. Foi por meio de um dos primeiros sócios, há quase sete anos. O início foi focado em montar equipes fortes e diversas. Logo de cada, o Nubank já possuía mais de 40% de seu pessoal, composto por mulheres e, atualmente, conta com 30% de colaboradores que se identificam como LGBTQ e ainda mais de 30 nacionalidades diferentes representadas.
Diversidade
Aliás, a diversidade está presente em todos os pontos da empresa e foi desta forma foi possível criar um negócio com 15 milhões de clientes, 2.200 funcionários e altos índices de satisfação e aprovação. Se por um lado é essencial a empresa possuir uma cultura em cada ponto da organização, surge outro desafio: como atrair as pessoas certas?
Renne cita, por exemplo, que se interessou em trabalhar na companhia e viajou até o Brasil por conta dessa diversidade de cultura que a empresa proporciona. Hoje ela é a responsável pela contratação justamente nesta área de processos de recrutamento. Ela ressalta que só em 2019, centenas de engenheiros e cientistas de dados foram contratados pela fintech e revela que as perguntas-chave para se organizar eram: “O que é esse DNA que nos torna tão especiais?” e “Como criar um processo inteiro que nos ajuda a manter essa cultura em vigor?”.
E veio a resposta:
“Nós usamos o recrutamento como meio para agregar à nossa cultura.”
Desse modo, as pessoas contratadas necessitam se encaixar aos valores da companhia. Os executivos decidem os comportamentos da empresa, porém, os colaboradores têm de seguir isso em todas as fases e departamentos. Portanto, se o comportamento esperado pela organização bate com os ideais e valores do candidato, possivelmente ele será um excelente funcionário, capaz de traduzir a cultura da companhia de modo natural por meio de suas ações.
Renne explica também que:
“O Nubank é o centro de tudo, precisamos levar a autonomia até os níveis mais baixos da organização.”
Passando por todos os departamentos, vão da direção até ao atendimento ao cliente, a cultura está baseada no comportamento que gera autonomia e, consequentemente, à satisfação do cliente. E ela diz ainda que uma boa ideia pode vir de qualquer departamento da organização.
Recrutamento
Com isso em mente, o próprio recrutamento da fintech foi reestruturado. Hoje, um tempo de processo seletivo caiu de 60 para 30 dias, com o objetivo de preservar a diversidade cultural, e quebrar preconceitos e optar pela pessoa ideal para o Nubank. Os próprios candidatos aprovaram a forma de processo, até quem é reprovado, conta Renne, porque muitos saíram da empresa, gostando ainda mais dela. Isso foi refletido no número de inscritos:
“Passamos de 20% de engenheiros participando do processo de recrutamento para 60%”.
Por fim, a CPO afirma que o modo como os candidatos, colaboradores e clientes enxergam as atitudes da companhia globalmente falando é muito benéfica. Por isso, ela destaca a importância de se cultivar e alimentar a cultura de um negócio, baseada em uma “cocriação”.
“Não foi o pessoal do RH que organizou isso, foram todos que se envolveram com o Nubank, que se reuniram e já conheciam a cultura.”
Fonte: Forbes Brasil
*Foto: Divulgação