Ibovespa perde 100 mil pontos e vai na contramão das bolsas do exterior
A bolsa de valores do Brasil opera na contramão do cenário estrangeiro e recua nesta segunda-feira (17). Isso tudo aconteceu em meio à repercussão de uma possível saída do ministro da Economia Paulo Guedes. Com isso, às 13h34, o Ibovespa, principal índice da B3, caía 1,42% para 99.916 pontos.
Ibovespa perde 100 mil pontos
Os rumores sobre a saída do ministro Paulo Guedes ganharam força durante o fim de semana. Além do presidente Jair Bolsonaro afirmar ser contrário ao cumprimento do teto de gastos, revela o especialista Gustavo Bertotti:
“Houve a saída de cargos importantes do ministério da Economia e isso enfraquece a agenda liberal do Paulo Guedes. O mercado aguarda apreensivo como vai ser essa questão do teto de gastos, que é uma pauta que o Guedes sempre defendeu. Então começa a se ventilar até sua saída. O risco político está voltando a ganhar força. Há muitas incertezas.”
Bertotti ainda disse que as discussões sobre o teto de gastos devem ganhar maior relevância no mercado nesta semana, em razão da agenda econômica estar vazia nas principais economias do mundo.
Bolsas do exterior
Entretanto, no exterior as bolsas sobem na esteira do mercado da China. O país iniciou a semana em alta, depois de o governo local injetar mais estímulos na economia, segundo equipe de analistas da Exame Research:
“Esse noticiário se sobrepõe às tensões geopolíticas entre Washington e Pequim e às preocupações globais sobre os impactos econômicos do coronavírus.”
Com isso, o índice S&P 500, nos EUA, sobiu 0,29% e o Nasdaq, 0,74%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com aumento de 0,41%, ao passo que a bolsa de Xangai apresentou elevação de 1,88%.
Porém, mesmo com o clima positivo nos mercados internacionais, o analista da Necton Investimentos, Marcel Zambello, visualiza fatores de risco no médio prazo. Entre eles: a indefinição do pacote emergencial nos EUA e as eleições americanas, em que o democrata Joe Biden surge como vencedor nas pesquisas de opinião:
“Não que o Biden seja muito negativo, mas deve estressar o mercado se for eleito.”
Destaques da sessão
Em relação à bolsa de ações com grande peso no Ibovespa, como as da Petrobras e dos grandes bancos, estas são negociadas em queda. E, consequentemente, acabam por puxar o índice para baixo. Enquanto isso, os papéis da Vale sobem e impedem perdas ainda mais expressivas.
Todavia, ainda existe um lado positivo e isso diz respeito aos ativos dos frigoríficos. Eles ainda sentem os efeitos dos balanços fortes anunciados no final da semana passada. Sendo assim, as ações ficaram da seguinte forma: Marfrig sobe 6,3%, Minerva, 4% e JBS, 3,8%.
As ações do Magazine Luiza também são negociadas no campo positivo, e subiu 0,3% na véspera do balanço do segundo trimestre, que será anunciado depois do pregão desta segunda-feira.
Já em relação às maiores baixas aparecem as ações das empresas: Hering, com 8%; BRMalls, com 4,6%; Multiplan, com 4%; e MRV, com 4%.
*Foto: Divulgação