Agronegócio brasileiro: exportação chegou a US$ 9,9 bilhões em fevereiro

Agronegócio brasileiro

Agronegócio brasileiro teve volume embarcado menor em relação ao primeiro mês do ano, porém, tomadas as vendas no primeiro bimestre elas bateram recorde

O valor exportado pelo agronegócio brasileiro alcançou US$ 9,9 bilhões em fevereiro deste ano. É o que revelou o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) na última quarta-feira (15). O índice de quantum (que significa o volume exportado) teve redução de cerca de 12% e o índice de preço das exportações subiu quase 7%. Os produtos que tiveram destaques no mercado no mês foram: milho, celulose, farelo e óleo de soja e carne de frango.

Agronegócio brasileiro – exportação

Em contrapartida, o agronegócio brasileiro, influenciado pelo atraso na colheita da soja, houve recuo nas exportações do mês em razão da redução dos volumes exportados de soja em grãos, apesar da produção recorde estimada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em 151,4 milhões de toneladas para 2022/2023.

Contudo, açúcar e trigo também apresentaram queda nas vendas externas. Houve menor disponibilidade interna para exportação, por conta das preocupações com a safra argentina no caso do trigo, e menor moagem de cana-de-açúcar por questões climáticas.

Além disso, a carne bovina também teve desempenho desfavorável devido à redução internacional do preço e diminuição do volume exportado. Uma das razões para essa queda no volume é o caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”) comunicado, em 22 de fevereiro, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). E justamente por este motivo, as exportações para a China foram temporariamente suspensas a partir de 23 de fevereiro.

Mesmo assim, no acumulado do ano, as exportações brasileiras do agronegócio atingiram recorde para o primeiro bimestre: US$ 20,1 bilhões. Neste caso, merece destaque as exportações recordes de farelo e óleo de soja, carnes de frango e suína, milho e celulose.

Produtos embarcados

Confira os principais produtos embarcados pelo agronegócio:

Milho

Os embarques brasileiros de milho totalizaram mais de 2 milhões de toneladas, com divisas de US$ 689 milhões. Segundo a análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, o desempenho favorável do cereal deve-se à baixa oferta internacional e à alta produção nacional do grão para a atual safra.

No último levantamento da Conab, a estimativa de colheita é de quase 125 milhões de toneladas de milho. Sendo assim, o Brasil deverá ser o maior exportador mundial de milho na temporada.

Os principais importadores do grão em fevereiro foram Japão, Coreia do Sul, Colômbia, Argélia e Vietnã.

Celulose

As vendas externas de celulose bateram recorde de valor e volume para os meses de fevereiro, atingindo US$ 766 e 1,6 milhão de toneladas, respectivamente. Por outro lado, os países mais industrializados do mundo são os maiores demandantes da celulose brasileira: China, União Europeia e Estados Unidos.

Farelo e óleo de soja

As vendas externas do farelo de soja, produto do complexo soja, atingiram US$ 710 milhões, por conta da elevação do preço médio de exportação, que subiu 23%. Os principais importadores foram Tailândia, Países Baixos, Polônia, França e Indonésia.

Ainda em relação à soja, o óleo da leguminosa teve desempenho recorde em faturamento e no volume para os meses de fevereiro, chegando a US$ 268 milhões, apesar da queda de aproximadamente 16,8% no preço médio de exportação. Índia e Bangladesh impulsionaram as vendas e importaram 33% (73 mil toneladas) e 25% (57 mil toneladas), respectivamente, de todo o volume exportado.

Carne de frango

Por fim, a carne de frango teve recorde para os meses de fevereiro, com registro de 372 mil toneladas e US$ 726 milhões. Conforme analistas da SCRI/Mapa, o Brasil por não ter registro de casos de gripe aviária, consegue obter recordes nos embarques desta proteína, diante do cenário mundial. Os principais compradores foram China, Arábia Saudita, Japão e Emirados Árabes Unidos.

*Foto: Reprodução/Unsplash (Kelly Sikkema)