Ações de energia elétrica: saiba como investir

Ações de energia elétrica

Ações de energia elétrica está em desempenho acumulado neste ano, e ultrapassou o índice do Ibovespa

O IEE, índice das ações do setor de energia elétrica negociadas na Bolsa B3, está com desempenho acumulado neste ano, e ultrapassou o índice do Ibovespa, em  um ano marcado pela volatilidade no mercado acionário. Além disso, o setor de energia elétrica também é destaque com a oferta bilionária da Eletrobras, que vai ser privatizada pelo governo.

Ações de energia elétrica

Sendo assim, ao considerar prós e contras, vale a pena ter ações de energia elétrica em sua carteira de finanças pessoais?

E não é apenas papéis da Eletrobras, há outras alternativas deste setor. A seguir, saiba como aplicar neste segmento, de acordo com especialistas.

Porém, hoje, a Eletrobras é a maior empresa do setor de energia elétrica do Brasil. E ela será privatizada pelo governo. Neste processo, estão sendo vendidas ações da companhia em uma operação que pode movimentar R$ 30 bilhões, com estimativa de que um quarto desse volume seja comprado por investidores pessoas físicas.

Comportamento na Bolsa

Profissionais do mercado afirmam que os papéis do setor de energia elétrica apresentam um comportamento na Bolsa historicamente menos instável que o Ibovespa.

Por outro lado, o IEE acumula este ano variação positiva de 8%, acima dos 6% apurados pelo Ibovespa. No acumulado em 12 meses, ambos estão com variação negativa. Mas o IEE está cedendo menos: baixa de 2,1% contra uma perda de 14,3% do Ibovespa.

Segundo Guilherme Tiglia, sócio e analista da Nord Research:

“A vantagem encontra-se justamente no fato de incluir empresas mais sólidas, previsíveis e com resultados menos voláteis, o que pode trazer maior resiliência frente a momentos de incerteza, como o que estamos vivendo. Assim como qualquer investimento, existem riscos, mas a exposição a esse setor pode trazer uma característica mais defensiva para a sua carteira de ações.”

Por que investir no setor de energia?

Na Bolsa de valores, o setor de energia serve para estratégias defensivas exatamente porque apresenta menos oscilações de preços que a média de mercado.

Características

Menor volatilidade: As companhias elétricas mantêm os níveis de receitas sem grandes oscilações tanto em momentos de crescimento econômico quanto em períodos de recessão.

Dificuldade de novos concorrentes: Empresas do setor de energia quase sempre atuam sozinhas em determinados mercados geográficos. Se uma empresa já é a fornecedora de energia a uma região, tende a ser caro para outra companhia entrar nesse mercado com custo fixo que seja menor para competir.

Receitas previsíveis: As tarifas cobradas seguem regras de contratos de longo prazo, com mais de dez anos, reajustadas pela inflação.

Dividendos: Por conta do modelo de negócio já maduro, com base em contratos de longo prazo e pouco expostos às oscilações da economia, as companhias também aparecem entre as boas pagadoras de dividendos.

Posso investir em outras empresas de energia?

O Índice de Energia Elétrica da Bolsa B3 é formado por 18 empresas. A Eletrobras representa 6,1% desse índice, sendo a segunda colocada em representatividade no indicador. No entanto, a ação com maior peso é a daEneva, com 6,2% do IEE. Também são representativas nesse indicador as companhias Engie Brasil (5,9%), Alupar (5,8%), AES Brasil (5,7%), Neoenergia (5,7%) e CPFL Energia (5,6%).

3 grandes áreas de negócios

As companhias de energia elétrica atuam em três grandes áreas de negócios. São elas:

Geração: São as produtoras de energia, que operam hidrelétricas, termelétricas, usinas eólicas ou parques de energia solar. Algumas das principais na Bolsa que atuam no segmento de geração são: CPFL Renováveis, Eneva, EDP Brasil e Engie.

Transmissão: São as empresas responsáveis por levar a energia das geradoras até as distribuidoras, por meio de grandes linhas e subestações de alta tensão. Entre as empresas de transmissão de energia na Bolsa, estão: Taesa, ISA Cteep, Alupar (ALUP11), CPFL Energia, Energisa e Equatorial.

Distribuição: São as empresas que atendem os consumidores finais, sejam residências, indústria ou comércio. São elas que enviam a conta de luz todos os meses, realizam novas ligações e prestam outros serviços nas cidades. Exemplos: Cemig, em Minas Gerais, Celesc, em Santa Catarina, ou Light, no Rio de Janeiro.

Quanto ter de elétricas na carteira?

Todavia, o setor de energia pode ter uma participação na carteira de ações de um investidor conforme o perfil de risco dele. Quanto mais conservador, maior pode ser a fatia desse segmento no portfólio. Porém, é importante o investidor diversificar. Com isso, pode-se evitar concentrar a aplicação nesse setor em apenas uma empresa, destacam especialistas.

Segundo Gabriel Gracia, analista da Guide Investimentos:

“É um setor que pode fazer parte de uma carteira de longo prazo, chegando a 20% de uma carteira de renda variável, dependendo, claro, do perfil de risco do investidor.”

Desvantagens do setor

Por fim, o setor de energia é um mercado bastante controlado por contratos de longo prazo. Mas eles podem sofrer mudanças por alterações de regras determinadas pelos governos. Além disso, esse setor depende de condições climáticas, que podem afetar custos e investimentos.

*Foto: Reprodução