Os atendimentos são realizados na madrugada, gerando menos idas ao pronto-socorro na maioria dos casos
Desde 8 de julho, que a maior operadora de planos de saúde do país, a Amil, promove consultas virtuais à clientes premium. A rede de saúde esperar ofertar o mesmo serviço em breve a seus mais de 3,5 milhões de usuários.
O início da operação veio em meio à polêmica da regulamentação da telemedicina no Brasil.
Como funciona
O atendimento médico virtual é feito por meio de teleconferência e seu acesso é 24 horas, todos os dias da semana. No entanto, o foco das consultas são para queixas comuns. Entre as mais habituais, estão: alergias, ardor nos olhos, cólicas menstruais, diarreia, dores de garganta, cabeça, costas e barriga, gripe, náusea e tosse.
Nestas ocorrências, se o doutor plantonista verificar que o caso pode ser tratado remotamente, ele poderá passar orientações e ainda prescrever medicações.
Em declaração à revista EXAME, o presidente do UnitedHealth Group Brasil, que controla a Amil, Claudio Lottenberg comentou:
“Existe uma mecânica já padronizada de prescrição de medicamentos através de certificação digital”.
Atendimento presencial
Quando o médico julgar que só o atendimento virtual não é suficiente, ele encaminhará o paciente para um serviço de saúde onde ter uma consulta presencial e também fazer exames.
Sobre isso, Lottenberg afirmou à mesma publicação:
“Você pode pegar coisas que aparentemente são simples mas que, se não interferir a tempo, podem se transformar em coisas muito complexas, como uma alteração na visão que pode indicar até um AVC”.
Consultas virtuais à clientes premium
O começo do projeto passou a atender 180 mil beneficiários do plano premium, o Amil One. Porém, a rede de saúde espera ampliar o serviço de consulta virtual no futuro. Hoje, a operadora possui mais de 3,5 milhões de clientes, somando todos os tipos de plano.
Hospital Albert Einstein
A teleconsulta já não é uma novidade para o Hospital Israelita Albert Einstein. Há dois anos que a instituição já presta este tipo de atendimento para grupos específicos, de acordo com o presidente do Eisntein, Sidney Klajner. Atualmente, uma equipe de 15 médicos já treinados serão os responsáveis pelas consultas online rede hospitalar.
O presidente ainda destacou:
“Nossa primeira experiência foi com nossos colaboradores e seus dependentes. Verificamos que esses atendimentos virtuais evitaram idas desnecessárias ao pronto-socorro em 83% das vezes”.
Segundo Klajner, este serviço de atendimento também segue os protocolos internacionais.
Resolução normativa
Hoje, a norma vigente no país sobre telemedicina diz respeito a resolução 1.643, de 2002. Todavia, o texto não é claro no que tange as regras para uma consulta ocasional por vias online.
Uma nova decisão chegou a ser publicada pelo Conselho Federal de Medicina em fevereiro deste ano. Todavia, ela foi revogada depois de críticas de órgãos regionais. Até o fim do mês de julho, o CFM recebeu propostas com o intuito de melhorar esta redação.
No entanto, em comunicado, o CFM ainda disse sobre a realização de consultas virtuais, como as da operadora Amil, que “o atendimento presencial e direto do médico em relação ao paciente é regra para a boa prática médica”. Esses fatores estão descritos no artigo 37 do Código de Ética Médica, que diz que “é vedado ao médico prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo”.
Fontes: jornal O Estado de S. Paulo e revista EXAME
*Foto: Divulgação / Hospital Albert Einstein – Fabio H. Mendes