Apesar do “marketweight” (na média do mercado), o país ainda possui dívida soberana com perda de 18 pontos-base em relação ao índice ESBI
Na última sexta-feira (23) veio a público que o Citi melhorou a recomendação para o Brasil em seu portfólio-modelo para “marketweight” (na média do mercado). E isso após o país seguir em “underweight” (abaixo da média) desde outubro de 2020. A alteração foi atribuída ao respiro fiscal, à redução de casos de Covid-19 e à agenda reformista no Congresso.
Marketweight e spreads de dívida soberana do Brasil
O movimento marketweight é visto por Donato Guarino, estrategista para mercados emergentes do Citi, como uma notícia positiva. Além de amparar os spreads de dívida soberana do Brasil, que tiveram desempenho pior que os de outros países também com rating “BB”.
Dívida soberana brasileira
O banco diz ainda que desde 1º de outubro de 2020, a dívida soberana brasileira teve perda de 18 pontos-base em relação ao índice ESBI, índice proprietário do Citi para bônus soberanos de mercados emergentes.
Além disso, no mesmo período, a desvalorização contra outros países “BB” foi de 84 pontos-base. Hoje, esse spread está em 30 pontos-base.
Todavia, os desafios no longo prazo persistem, avaliou o estrategista para mercado do Citi.
“Do ponto de vista fiscal, o país precisará de consolidação após o grande aumento de gastos com a pandemia. Nossos economistas ainda acreditam que os gastos públicos ultrapassarão o teto de gastos em 158 bilhões de reais (2% do PIB), estimativa pior que a de consenso.”
*Foto: Divulgação/Chris Helgren/Reuters