Confiança do consumidor subiu para 7,7 pontos em julho, e o ICC está 9 pontos abaixo do dado fevereiro, dias antes da pandemia assolar a economia do Brasil
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou nesta sexta-feira (24), que a confiança do consumidor aumentou 7,7 pontos em julho ante o mês anterior, na série com ajuste sazonal. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu a 78,8 pontos. Depois de três meses consecutivos de alta, o ICC está 9 pontos abaixo do dado de fevereiro, dias antes da pandemia assolar a economia do Brasil, revela a FGV.
Confiança do consumidor segundo a FGV
Em nota, a FGV destacou que a alta recente da confiança do consumidor foi puxada pelas projeções em relação à economia:
“Apesar de acreditar numa recuperação da economia no segundo semestre, o consumidor continua insatisfeito com a situação presente e ainda não enxerga a melhora de suas finanças pessoais no horizonte de seis meses. Sem prazo para terminar, a pandemia parece ter um efeito mais acentuado nos consumidores, que ainda se sentem ameaçados com desemprego e perda de renda, que nas empresas.”
ISA
Todavia, também em julho, o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 0,4 ponto, para 71 pontos, maior valor desde março deste ano. Já o Índice de Expectativas (IE) avançou 12,3 pontos para 85,1 pontos. Sobre isso, a FGV afirma:
“Acumulando 30,1 pontos de alta nos três últimos meses e revertendo dois terços das perdas registradas no primeiro quadrimestre de 2020.”
Além disso, o ISA que é o indicador que mede a satisfação presente dos consumidores com a economia, avançou 0,7 ponto, para 73,9 pontos. Já o indicador que mede a satisfação com a situação financeira familiar subiu 0,2 ponto, para 68,7 pontos. De acordo com a fundação, apesar das altas, os dois indicadores continuam com valores próximos aos seus níveis mínimos históricos.
Otimismo
Em relação ao IE, que é o indicador que mede o otimismo comparado à situação econômica do país, foi o que mais colaborou para a alta do ICC em julho. Sendo assim, a elevação foi de 7,7 pontos, marcando 111,5 pontos, afirma a FGV. Contudo, as perspectivas sobre a situação financeira das famílias brasileiras, mesmo com o crescimento de 9,1 pontos, para 89,7 pontos, “ainda se mantêm em nível inferior aos 100 pontos, ou seja, na região que denota pessimismo”.
Também em nota, a fundação explanou sobre as expectativas menos otimistas:
“As expectativas menos otimistas em relação à situação financeira familiar parece ser um dos fatores a manter os consumidores cautelosos. O indicador que mede o ímpeto de compras de bens duráveis avança 18,4 pontos, para 56 pontos, um dos menores níveis da série histórica.”
Recuperação da confiança em todas as classes
Em contrapartida, houve uma recuperação da confiança em todas as classes de renda familiar pelo segundo mês seguido. Porém, diferente de junho, quando a alta mais forte foi registrada entre os consumidores da menor faixa de renda, com rendimentos de R$ 2,1 mil por mês por família, em julho, foram os mais ricos que apresentaram confiança de modo mais intenso. Sendo assim, a elevação de pontos entre os consumidores com renda familiar acima de R$ 9,6 mil mensais foi de 7,9 pontos, ante 6,4 pontos na faixa mais baixa de renda.
A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.737 domicílios em sete capitais, com entrevistas realizadas entre os dias 1º e 21 de julho.
*Foto: Divulgação