Desde 2018, grupo tentava negociar venda por meio da empresa Citigroup
A empresa sul-africana de mídia e tecnologia Naspers aceitou vender seu portal brasileiro Buscapé ao concorrente Zoom.
O grupo não anunciou o valor de negociação. Apenas confirmou que os trâmites devem ser finalizados ainda este ano. Em junho de 2018, a companhia Citigroup foi contratada pela Naspers para vender a Buscapé. O motivo seria para que o portfólio da empresa de comparação de preços fosse baseado em classificados, startups de tecnologia financeira e entrega de comida.
Maior volume de vendas
Com a aquisição de sua concorrente, agora Zoom e Buscapé alcançarão R$ 5 bilhões de reais em volume de vendas. Esse valor (índice GMV) ocorrerá ainda em 2019 e será repassado aos mais de 2.000 comerciantes parceiros. Em comunicado, o CEO do Zoom, Thiago Flores disse:
“Reforçamos nosso objetivo de ser um grande parceiro e gerador de venda para os lojistas e atingiremos 30 milhões de usuários por mês com o propósito de ajudar o brasileiro a comprar consciente”.
História do Zoom
O Zoom é uma plataforma de vendas eletrônicas que une consumidores e lojas de boa reputação. O número de usuários já chega a 15 milhões por mês. Seu conteúdo é focado nos produtos que comercializa, além de auxiliar os consumidores durante a compra. E garantem que caso o cliente tenha algum problema com o produto adquirido eles devolvem o dinheiro.
A companhia entrou no mercado em novembro de 2011 com apoio da empresa de investimentos Mosaico, focada em tecnologia. À frente dessa corporação estão os sócios: Roberto Malta, José Guilherme Pierotti e Guilherme Pacheco, fundadores do Bondfaro e ex-sócios do Buscapé.
Fundação da Buscapé
Fundada em 1999 por quatro estudantes, o Buscapé sobreviveu ao boom inicial da internet no Brasil, em 2000. Nesta época, eles conseguiram recursos de investidores, tornando-se um negócio lucrativo. O sucesso chamou a atenção do grupo sul-africano Naspers que comprou o site em 2009 por quase R$ 700 milhões.
Mesmo assim, o portal de comparação de preços perdeu força e faturamento com a chegada de empresas similares ao mercado. Além disso, somaram-se erros ocasionados por uma má gestão. A grande crise chegou em 2013, quando o Buscapé passou a dar prejuízo, mesmo faturando R$ 550 milhões. Um dos motivos foi a fase de expansão pela qual passou ao injetar capital vindo da Naspers. O site adquiriu 18 startups de várias áreas e o número de funcionários saltou de 500 para quase 1200.
No ano seguinte, houve redução de custos implantados internamente. Negócios que não atingiam bom rendimento foram encerrados, além de diminuir membros da diretoria. A partir de 2015, a empresa voltou a operar no azul e foi quando a Naspers decidiu vender o site pela primeira vez. Porém, ninguém estava disposto a desembolsar os US$ 300 milhões solicitados.
A organização sul-africana decidiu, então, mexer em sua presidência, designando Sandoval Martins à função. Nesses anos de história, o Buscapé acabou se tornando também um marketplace. Porém, seus rivais de renome, como o Magazine Luiza, Amazon, Via Varejo e B2W criaram uma concorrência bastante acirrada. Até que em junho do ano passado, Naspers colocou novamente o Buscapé à venda.
*Foto: Divulgação