Ibovespa tem 1ª queda mensal desde março após fechar abaixo dos 100 mil pontos

ibovespa tem 1ª queda mensal desde março após fechar abaixo dos 100 mil pontos

Ibovespa tem 1ª queda mensal, além de indefinição sobre auxílio emergencial, pressionando os negócios

Nesta segunda-feira (31), o índice financeiro da bolsa brasileira fechou em queda. O resultado veio em meio a investidores temerosos em relação á condução fiscal do país sobre as despesas decorrentes da pandemia da Covid-19. Com isso, o Ibovespa caiu 2,72% e encerrou a sessão em 99.369,15 pontos. Recentemente, o índice perdeu 100 mil pontos que tinha acabado de atingir.

Ibovespa tem 1ª queda mensal desde março

Já nos EUA, o índice S&P 500 teve leve queda de 0,28%. No entanto, o Nasdaq avançou 0,68% e voltou a registrar novo recorde de fechamento. Neste caso, o pai americano apresentou um ambiente financeiro misto.

No caso do Brasil, a questão fiscal segue pressionando os negócios. Com isso, o Ibovespa tem 1ª queda mensal desde o mês de março. Já nos Estados Unidos, S&P 500 e o Nasdaq fecharam em alta pelo quinto mês consecutivo.

Sobre isso, o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, comentou:

“Vamos fechar 2020 com um déficit gigantesco devido ao aumento de gastos justamente por conta dos programas sociais. O Renda Brasil deve ajudar a estourar bastante o teto de gastos.”

Laatus também disse que a indefinição sobre o auxílio emergencial, notícia que se arrasta desde a semana passada, contribuiu para pressionar os negócios na B3:

“O mercado fica preocupado. A impressão que passa é já não se sabe o que fazer para não furar o teto. O Bolsonaro tomou gosto pelo populismo e o populismo custa caro.”

Posição dos investidores

Enquanto isso, os investidores também levaram em consideração a redução da cota de aço que o Brasil pode exportar aos EUA. E o resultado do índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China, que apresentou 51 pontos, ultrapassando os 50 pontos que delimitam a ampliação da contração do setor. Porém, levemente abaixo dos 51,2 previstos anteriormente.

Já no cenário interno, a apresentação do orçamento federal de 2021 mostrou uma previsão de déficit primário de R$ 233,6 bilhões. Além disso, a previsão do governo é de que o PIB do Brasil cresça 3,2 no próximo ano.

Destaques da sessão

Hoje, houve um efeito contrário na bolsa. Sendo assim, as ações que tinham maior peso no Ibovespa caíram. Em suma, as ações do Itaú tiveram queda de 3,60%; Bradesco, 3,4%; e B3, 3,6%, puxando o índice para baixo.

Com porcentagem expressiva também, as ações da Petrobras caíram 2,9% e da Ambev, 3,45%. Até mesmo os ativos da Vale encerraram a sessão em queda acima dos 2%, em relação à desvalorização do minério de ferro no mercado internacional.

Maiores quedas

Entretanto, houve maiores quedas nesta sessão. Isso diz respeito às ações da Eletrobras, com 5,28%. Portanto, a queda reflete o pessimismo do mercado em relação às pautas do governo, como a da privatização da empresa. Ainda no radar da sessão, ficou os papéis da Hypera, com desvalorização de 5,92% e da GOL, com 5,74%.

Recuo da IRB Brasil

A resseguradora IRB Brasil apresentou recuo em 4,93% sobre suas ações. Isso é reflexo do desempenho do segundo trimestre, época em que a empresa teve prejuízo de R$ 685 milhões. O resultado reverteu o lucro de R$ 397,5 milhões do segundo trimestre de 2019. Além disso, a companhia ainda sofre com o aumento da insuficiência de liquidez de R$ 2,1 bilhões para R$ 3,4 bilhões.

EDP

Por fim, apesar do cenário quase inteiro negativo, as ações da EDP conseguiram fechar o dia em alta de 6,62. O percentual é reflexo do lucro líquido de R$ 237,2 milhões no segundo trimestre do ano. Com isso, o valor ficou em torno de 25% acima ao do mesmo período de 2019.

*Foto: Divulgação