Neste ano, o bilionário e megainvestidor brasileiro Jorge Paulo Lemann apareceu bastante na mídia, seja jogando tênis com Guilherme Benchimol, no palco de um evento ou ainda assinando o prefácio de sua própria biografia. Nesta semana, Lemann voltou aos holofotes, quando decidiu aproveitar o IPO (sigla em inglês para oferta inicial de ações) da XP Investimentos para ações da corretora.
De acordo com uma fonte que está a par do assunto, o bilionário utilizou um fundo próprio para conseguir papéis antes de eles chegarem à Nasdaq na última quarta-feira (11).
Compra de ações da XP Investimentos por Lemann
A compra de ações da XP Investimentos por Lemann não envolveu sua empresa 3G Capital, que é por onde ele e seus sócios controlam companhias, como ABInBev e Kraft Heinz. No entanto, não ficou claro quanto o megainvestidor adquiriu de participação na corretora.
Outros investidores
Além de Jorge Paulo Lemann, outros investidores bastante significativos também se destacaram nesta semana de rodada de ações. São eles: BlackRock, Durable e Fidelity.
Segundo afirma uma fonte que integrou o processo da compra de ações da XP Investimentos, os dez maiores investidores foram todos estrangeiros e concentraram 45% da oferta, que pode alcançar US$ 2,24 bilhões se for cumprido, como é plausível, um lote adicional de papéis. Já os investidores pessoas físicas nos Estados Unidos ficaram com aproximadamente 5% das ações.
Fundos brasileiros
Em relação aos fundos brasileiros, o que inclui casas como a carioca JGP, foi abocanhado por eles uma fatia de 25% das ações. Uma pessoa que acompanhou este processo afirma que os bancos coordenadores da oferta, como Goldman Sachs e JP Morgan, queriam diminuir ainda este pedaço de ativos, declarando que o investidor local tende a se desfazer das ações de forma mais rápida que os estrangeiros.
No entanto, os executivos da XP Investimentos, que é a 16ª empresa mais valiosa no Brasil, argumentaram que era importante ceder alocação maior para brasileiros, afirmando que apenas estavam lançando papéis na Nasdaq, e não na B3, em função da possibilidade de manterem o poder de decisão na companhia.
Na bolsa americana, a XP pode permanecer tendo duas classes de ações, mantendo na mão dos executivos papéis que geram dez votos cada.
Fonte: O Globo
*Foto: Divulgação / Bloomberg