Lucro da Cemig no 1º trimestre tem relação com venda da Renova

Lucro da Cemig no 1º trimestre tem relação com venda da Renova

Lucro da Cemig no 1º trimestre teve alta de 245% e ficou com R$ 314 milhões positivos no período

Na semana passada, a Cemig reportou ao mercado um lucro líquido de R$ 1,46 bilhão no primeiro trimestre deste ano. Isso configura um aumento de 245%, comparado ao registrado em igual período de 2021. A alta vai gerar um impacto positivo de mais de R$ 370 milhões da venda da fatia Renova Energia, no resultado do segundo trimestre. Vale lembrar que a companhia mineira de energia concluiu neste mês a alienação de sua participação, que agora pertence ao grupo de Alberto Guth, a Angra Partners.

Lucro da Cemig no 1º trimestre

Além disso, o lucro da Cemig no 1º trimestre foi impulsionado principalmente pelo resultado financeiro, que ficou R$ 314 milhões positivos no último trimestre, ante 1,265 bilhão negativos um ano antes.

Relatório

Já no relatório que acompanha o balanço, a Cemig disse que essa variação financeira possui relação direta com o comportamento do dólar, que sofreu queda de 15,1% no primeiro trimestre deste ano. Mas que subiu 9,6% no mesmo período do ano passado.

Ebtida

Por outro lado, em relação ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) chegou a R$ 1,92 bilhão entre janeiro e março, 3,9% superior na comparação anual. Dimas Costa, diretor de comercialização, disse em teleconferência, que a Cemig aguarda bons resultados para sua comercializadora de energia neste ano, e reforçou sobre o Ebitda:

“Temos aqui um desafio interno de alcançar mais de um 1 bilhão de Ebitda para 2022, é exequível, não é um sonho.”

O Ebitda de sua subsidiária de geração e transmissão cresceu em 26,7%, e foi para R$ 944,5 milhões. Enquanto isso, o indicador da distribuidora caiu 12,2%.

Efeito da conclusão da alienação

Ainda sobre a alienação da participação da Renova Energia, o diretor financeiro da Cemig, Leonardo Magalhães, disse na mesma teleconferência, que a transação terá efeito total de R$ 372 milhões sobre o resultado da empresa no segundo trimestre. E afirmou à Reuters que não espera nenhuma anormalidade nesse processo na área de regulação, uma vez que ele segue o rito que ocorre todo o ano.

Ele disse também que o processo de desinvestimento reforça o compromisso da companhia em concentrar sua atuação nos negócios essenciais e em investir no Estado de Minas Gerais.

Revisão tarifária

Por fim, o diretor revelou que a estatal tenta acelerar o programa de investimentos na distribuidora neste ano. A ideia é mirar na revisão tarifária que vai acontecer em 2023. A ideia é ampliar mais os valores cobrados dos consumidores a partir de investimentos feitos pela concessionária, eficiência operacional e alterações no mercado de distribuição.

Já em 2022, a Cemig prevê direcionar R$ 3,22 bilhões para a distribuidora, de um plano total de investimentos de 3,97 bilhões.

Foto: Reprodução/Unsplash