Magalu foi a única a apresentar proposta pela compra da Estante Virtual, que era mantida pela Livraria Cultura, que se encontra em recuperação judicial
O Magazine Luiza bateu o martelo e arrematou da Livraria Cultura a plataforma online de livros usados Estante Virtual, pelo montante de R$ 31,1 milhões. Atualmente, a livraria está em processo de recuperação judicial, iniciado no ano passado. A varejista foi a única a apresentar proposta para comprar este ativo.
Estante Virtual – leilão
A audiência para abertura de propostas foi realizada por meio de um leilão, na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais. Tal operação tem o prazo de cinco duas para ser impugnada. Em novembro do ano passado, a varejista foi autorizada pelo Cade a comprar a plataforma Estante Virtual.
A consultoria MS Cardim & Advogados avaliou a Estante Virtual em R$ 42,5 milhões, em um laudo divulgado em novembro de 2019. Porém, com o passivo financeiro de curto e longo prazo de R$ 11,3 milhões, o valor total da plataforma online de livros usados ficou fixado em R$ 31,1 milhões.
Histórico da Estante Virtual
Lançada em 2005, a Estante Virtual chegou a comercializar em torno de 20 milhões de livros até o ano de 2018. Com aproximadamente 40% de itens novos e 60% usados, o canal consegue atrair usuários com a oferta de preços mais baixos que os praticados nas grandes livrarias e em sebos.
A Livraria Cultura adquiriu o site em 2017, durante um projeto de ampliação dos negócios. No entanto, sem conseguir quitar dívidas de quase R$ 285,4 milhões, pediu recuperação judicial, na intenção de evitar sua falência, em outubro de 2018.
Pilares do Magalu
A compra da Estante Virtual integra um dos pilares do plano de diversificação do portfólio de vendas do Magazine Luiza, apresentado a investidores em sua oferta subsequente de ações (follow-on) em novembro de 2019.
A estratégia da rede é expandir o catálogo de produtos em seu e-commerce, podendo ir além da venda de eletroeletrônicos e de produtos para casa, que foram os grandes responsáveis pela consolidação do Magazine Luiza no mercado brasileiro.
No ano passado, a varejista enxergou no mercado de livros uma boa oportunidade de ampliar os negócios, em seu comércio eletrônico, com a retirada dos livros em suas lojas físicas espalhadas por todo o Brasil, desde o mês de abril. A iniciativa consiste em adquirir os livros de editoras e colocá-los à venda em seu site.
Com a aquisição da Estante Virtual, a varejista aposta em um novo marketplace, que é quando terceiros vendem por meio da plataforma do Magalu.
Atualmente, o e-commerce da marca possui 14 mil vendedores de livros. Com os seis mil da Estante Virtual, a empresa passa a ofertar itens de 20 mil comerciantes, elevando assim sua participação no mercado livreiro e acirrando a disputa com a Amazon neste setor.
Fonte: Folha de S. Paulo
*Foto: Divulgação