Mercado de fintechs incentiva banco digital a comprar outras empresas por valores 70% menores, afirma fundador, em entrevista ao portal Financial Times
Principal banco digital da América Latina, o Nubank, entende que a baixa nas ações não deve servir de motivação para que a temporada de aquisições não se mantenha ativa.
Mercado de fintechs
Em maio, as ações do Nubank operavam em declínio na Bolsa de Nova York. Isso ocorreu após a divulgação trimestral de resultados e, nos primeiro semestre deste ano. Sendo assim, os papéis já perderam dois terços do valor, de acordo com um levantamento do Financial Times. Além disso, o episódio aconteceu poucos meses após ser avaliada como a instituição financeira mais valiosa do continente.
Menos investimentos
Entretanto, o cenário não é algo particular ao banco brasileiro. Neste caso, com a menor circulação do capital de risco global, investidores deixaram de injetar alguns milhões em grandes empresas de tecnologia. Portanto, além do Nubank, outras companhias enfrentaram a mesta situação. São elas: Google e Meta.
Momento ideal para aquisições
Por outro lado, o CEO da fintech, David Velez, afirma que este é o momento ideal para fazer negócios. Ou seja, concretizar mais aquisições, uma vez que outras startups também operam em desvalorização. Em declaração ao Financial Times, ele explicou:
“Algumas das conversas de fusões e aquisições que tivemos 12 meses atrás estão voltando com um desconto de 70%. . . Procuraremos fazer mais fusões e aquisições.”
Análise sobre mercado de fintechs
Ele ressalta ainda que, como consequência dos abalos recentes do mercado de tecnologia, fintechs de menor porte estão mais dispostas a negociações de compra graças à dificuldade em mater-se de pé. Isso porque “permitirá a sobrevivência dos mais aptos”.
E o CEO vai além ao reforçar que o valor de pechincha cobrado por essas empresa deve, em boa medida, colocar o Nubank em posição privilegiada no ecossistema de pagamentos no Brasil e América Latina. E também há um excesso de fintechs na região, e ao menos 40 banco digitais.
“Provavelmente foi demais. Os consumidores não terão 20 aplicativos de pagamento diferentes em seus smartphones. É muito complexo. Você pode ter três ou quatro, não 20.”
Por fim, vale lembrar que nos últimos dois anos, o Nubank já comprou várias startups. Entre as quais, a fintech de crédito Creditas, a startup de organização financeira Olivia e a plataforma de investimentos Easynvest.
*Foto: Reprodução