Crescimento de até 5.5% em 2021 é puxado por atividades exportadoras, como a agropecuária e indústria extrativa
Na terça-feira (1), o IBGE divulgou que o mercado prevê um crescimento de até 5.5% em 2021. O índice é puxado por atividades exportadoras, como a agropecuária e indústria extrativa. Já o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1.2% no primeiro trimestre do ano, na comparação com o último trimestre de 2020.
Vale lembrar que no começo do ano o PIB e o índice da inflação foram apontados como reflexos do mercado em 2021.
Crescimento de até 5.5% em 2021
Além disso, o mercado estima um avanço de quase 0.7%. O resultado levou algumas instituições a projetar alta de até 5.5% no fechamento do ano. Mesmo assim, uma terceira onda de Covid-19 no Brasil e um eventual racionamento de energia são mencionados por analistas como os principais riscos da atividade.
Com o crescimento registrado entre janeiro e março, o PIB voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia. Porém, ainda está 3.1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país (alcançado no primeiro trimestre de 2014).
Acerto da política econômica
Tal resultado foi visto pelo governo como um indicativo de acerto na política econômica. Isso levou o ministro Paulo Guedes a falar em desbloqueio de recursos do Orçamento. Já a Bolsa de Valores bateu no dia 1º o terceiro recorde consecutivo, ao atingir 128,2 mil pontos, na expectativa de crescimento de receita das empresas.
Pesquisa
De acordo com uma pesquisa do Projeções Broadcast com 22 instituições indicou melhora também nas estimativas para o PIB no ano.
A mediana passou de 4.2%, em sondagem antes da divulgação dos dados oficiais, para 5.0%. As apostas oscilam agora entre 3.3% e 5.5%. Entre os mais otimistas, estão Goldman Sachs e BNP Paribas. Bradesco e Itaú Unibanco esperam 4.8% e 5.0%, respectivamente.
Ainda há riscos
Entretanto, ainda há riscos para a consolidação desse cenário de maior crescimento. Isso inclui a própria evolução da pandemia e a dinâmica do mercado de trabalho e renda.
Todavia, o consumo das famílias ficou estagnado, com leve queda de 0.1% ante o quarto trimestre. Isso porque elas foram afetadas pela crescente inflação de alimentos, pelo alto desemprego e pela ausência do auxílio emergencial (que só voltou a ser pago pelo governo federal em abril).
Por fim, a crise hídrica ameaça tanto o crescimento econômico por causa da oferta de eletricidade, quanto à inflação, com esperados reajustes na conta de luz.
Sobre isso, economista-chefe do Credit Suisse no Brasil, Solange Srour, explica:
“E tanto uma piora da pandemia como o risco hidrológico afetam o (equilíbrio) fiscal, por pressão por mais gastos, com transferências ou subsídios.”
*Foto: Divulgação