Taxas dos mercados cambiais paralelos, no mês passado, excederam as taxas de câmbio oficiais em 490% no Irã
A crise sanitária de Covid-19 desacelerou os esforços dos bancos centrais em muitos países, com a finalidade de unificar as taxas de mercados cambiais paralelos. Isso tudo deixa o Líbano e Irã, por exemplo, com mercados extraoficiais de moeda que geram mais danos econômicos, concluiu um estudo.
Mercados cambiais paralelos
Atualmente, 22 países possuem mais de uma taxa de câmbio, revelou o IFF (Instituto de Finanças Internacionais) em relatório. Nos locais em que as taxas oficiais são muito diferentes daquelas disponíveis às pessoas ou empresas comuns, isso pode provocar uma série de problemas econômicos.
De acordo com Garbis Iradian, economista-chefe do IIF para a região do norte da África, Oriente Médio, Cáucaso e Ásia Central:
“Uma taxa de câmbio oficial significativamente mais forte do que uma taxa de equilíbrio de mercadodesencorajará investimento estrangeiro, reduzirá o mercado de câmbio interbancário, encorajará busca por privilégios especiais e impedirá o desenvolvimento de negócios.”
As taxas do mercado paralelo, no mês passado, excederam as taxas de câmbio oficiais em 720% no Líbano, 520% no Turcomenistão e 490% no Irã, acrescentou. Já a libra libanesa se juntou ao “clube das moedas problemáticas” no fim de 2019, quando a paralisia política levou a uma forte perda de confiança, aponta o relatório.
“Grandes prêmios incentivam o contrabando ou o comércio ilegal.”
Iradian ainda acrescentou que os subsídios para produtos básicos como combustível viram uma grande proporção dele acabar na vizinha Síria.
Valorização
Apesar de o Irã ter feito uma série de tentativas fracassadas de unificar suas taxas de câmbio nos últimos anos, a taxa paralela poderia se valorizar expressivamente no segundo semestre deste ano. Mas isso, se um consenso for atingido para restaurar seu acordo nuclear com potências mundiais.
*Foto: Reprodução/Pixabay