Os bancos Itaú, Bradesco e Santander, considerados grandes bancos privados do Brasil, também ocupam altas posições no ranking de mobilidade digital Mobility Index.
Em um levantamento divulgado pela revista EXAME, a pesquisa revela um cenário das estratégias digitais de companhias brasileiras, com a intenção de flexibilizar seus negócios em um ambiente móvel.
Mobilidade digital – estudo
O estudo de mobilidade digital foi realizado com a participação de 325 empresas de setores distintos da economia, baseados em dados de outubro deste ano. Com isso, a pesquisa avaliou alguns critérios, entre os quais: eficiência dos aplicativos, otimização de sites, e ainda a interação das marcas com seus consumidores, por meio de plataformas de mensagens.
No topo da lista ficou o banco Itaú, superando concorrentes como Bradesco e Santander, no terceiro e sexto lugar, respectivamente. e também ultrapassou companhias poderosas como Vivo, Smiles e Leroy Merlin, que ficaram em segunda, quarta e quinta colocações, respectivamente.
Febraban
Em 2018, a Febraban divulgou um levantamento em que indicou o crescimento de 24% no número de transações bancárias realizadas via smartphone. De 10 transações, com ou sem movimentação financeira, pelo menos 6 são feitas usando aparelhos móveis. Na ocasião, Léo Xavier, CEO da empresa Pontomobi, responsável pelo estudo, afirmou:
“São empresas compreenderam que o consumidor do ambiente digital fez uma mudança rápida e muito intensa em relação aos dispositivos mais utilizados no dia a dia”.
Itaú
Neste quesito, talvez o Itaú seja o maior exemplo. Pois, dos mais de 60 milhões de clientes que a instituição financeira registrou no ano passado, 12,2 milhões deles são correntistas digitais.
Como comparativo, a fintech Nubank atingiu recentemente a marca de 15 milhões de clientes e hoje a empresa está avaliada em mais de US$ 10 bilhões.
A mobilidade digital do Itaú foi transformada graças a esforços que contabilizam aquisições. No mês passado, a instituição concretizou a compra da companhia Zup Serviços em Tecnologia, startup fundada em 2011, em Uberlândia (MG). Fechado em R$ 575 milhões, o negócio agrega em sua carteira de clientes, gigantes como Natura, Algar e Serasa, com a oferta de digitalização de processos como uma de suas principais soluções.
Mobilidade digital ainda a passos lentos
O Brasil segue em uma evolução lenta em termos de avanço de mobilidade digital, mas o país tem apresentado bons números em relação à otimização de sites para dispositivos móveis; presença de marcas em aplicativos e interação com consumidores por mensageiros virtuais.
No primeiro critério avaliado entre as 325 marcas, praticamente todas têm site que podem ser abertos em smartphones e tablets. No entanto, somente 70% deles são otimizados para caberem nas telas, ou seja, elas ganham uma versão especial que facilita o acesso. Já 28% contam apenas com páginas responsivas, aquelas que se adaptam a qualquer tamanho de display.
Aplicativos de mensagens
No quesito aplicativos de mensagens mais usados, o Messenger encabeça a lista, sendo utilizado por 93% das marcas na intenção de facilitar a comunicação com seus consumidores. Sua conexão é direta com as páginas das marcas no Facebook, além de ser um diferencial em comparação ao WhatsApp, que é usado por apenas 7% das companhias. Sobre o uso de SMS e chats personalizados, Xavier ressalta:
“O envio de mensagens de texto não exclui parte dos usuários que não têm acesso a um smartphone ou não está conectada uma rede de internet. As mensagens de texto não podem ser descartadas, mesmo com o avanço dos apps”.
Nota média
A nota média do mercado, no geral, ficou avaliada pela Pontomobi em 5,2 pontos (de 10 possíveis). Todavia, isto é uma melhora, mesmo que tímida, em relação a 2018. Porém, não podemos esquecer que ainda há uma inadequação de algumas empresas em termos de mobilidade digital, que é acessado por celulares.
Além disso, também há o fato de companhias que atuam em segmentos de difícil acesso. É o caso dos ramos de atividade ligados a alimentos e higiene. Nestes nichos não há grandes ofertas de serviços, muito menos uma interação adequada com seu público-alvo, salvo raras exceções.
Do ponto de vista da Pontomobi, esses fatores que transformam a produção de conteúdo relevante nestes casos bem mais difícil.
Fonte: Revista Exame
*Foto: Divulgação