Enfermeira do SUS, Nathalia Belletato comenta que mesmo com a conhecida eficiência da vacinação no Brasil, a aderência da população ainda depende de campanhas de conscientização
Essa semana foi comemorado o Dia Nacional da Vacinação e, com essa data, foi aberto novamente o debate sobre o retrocesso na cobertura vacinal e como combater a onda de desinformação a respeito deste tema. Datas como essa e campanhas como o Dia D alertam para a importância da vacina na erradicação e na redução de casos de doenças como Covid-19, gripe, poliomielite e outras.
As vacinas são importantes agentes de transformação da saúde, no Brasil, doenças como a varíola foram erradicadas graças a esse avanço. Além dessa doença, outros quadros infecciosos foram reduzidos, tanto na incidência quanto na evolução, graças à vacinação. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde comemora 50 anos em 2023, mas vive a necessidade de um resgate da confiança nas vacinas.
O programa foi criado em 1973 e atualmente oferece vacinas para todas as faixas etárias, imunizando mais de 30 doenças. Por ano, o PNI leva mais de 300 milhões de doses distribuídas em 38 mil salas de vacinação em Unidades Básicas de Saúde (UBS), espalhadas por todo o Brasil.
O que dizem os profissionais da saúde?
As vacinas salvam mais de 3 milhões de pessoas por ano, mas ainda precisa de força nas campanhas de conscientização. A desinformação tem sido o maior obstáculo no processo de vacinação. “A vacina desempenha um papel fundamental na prevenção de doenças infecciosas, protegendo não apenas quem se vacina, mas também a comunidade em geral”, comentou a enfermeira Nathalia Belletato, que esteve na linha de frente durante a crise sanitária.
A percepção de que as vacinas diminuem os riscos de contágio criam uma falsa sensação de segurança, levando muitos a acharem que não é importante tomar a vacina. O medo das reações também cria um campo fértil para a distribuição de fake news, que durante a crise sanitária geraram pânico na população.
“É importante lembrar que as vacinas são seguras e baseadas em evidências científicas sólidas, e seu impacto na saúde pública é inegável. Portanto, a promoção da vacinação é essencial para manter a saúde e o bem-estar de todos.”, completou a enfermeira do SUS.
A importância da conscientização
Para os pais que possuem ressalvas sobre a vacinação de seus filhos, Nathalia Belletato faz um alerta. “Com a redução da cobertura vacinal pode acontecer a volta de doenças que já não circulavam mais”.
O Dia Nacional da Vacinação surge com o desafio de conscientizar, mas também de ampliar a cobertura vacinal. Além de investir em campanhas reafirmando a segurança das vacinas, elas precisam estar com fácil acesso.
Quais vacinas você encontra no SUS?
Em publicação divulgada em suas redes sociais, o Ministério da Saúde listou as vacinas disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação e que são oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Ao nascer, um indivíduo recebe a dose única da BCG, que previne contra as formas mais graves da tuberculose, além disso, o recém-nascido toma a vacina contra hepatite B. Aos dois meses de vida, são aplicadas as primeiras doses da Pentavalente, VIP, Rotavírus e a Pneumocócica 10-Valente. A segunda e terceira dose são aplicadas respectivamente aos quatro e seis meses.
Ainda nesta fase, o bebê recebe aos três meses a Meningocócica C, com a segunda dose aplicada aos cinco meses. Com um ano, a criança precisa tomar a famosa Tríplice Viral, além dos reforços da Meningocócica C e Pneumocócica 10.
Vacinação durante a infância e adolescência
Ao completar um ano e três meses, a criança precisa tomar a vacina DTP e a VOP. O reforço deve ser aplicado aos quatro anos. Com a mesma idade, ela deve receber a vacina atenuada contra febre amarela e catapora.
Antes, aos 15 meses, são aplicadas as doses únicas das vacinas contra hepatite A e a Tetraviral. Para crianças e adolescentes de 10 a 19 anos estão disponíveis a Dupla Adulto, Hepatite B, Tríplice Viral e contra Febre Amarela.
A vacinação contra HPV deve ser realizada em meninos entre 11 e 14 anos e meninas com idade entre 9 e 14 anos. De acordo com o Ministério da Saúde, são necessárias duas doses, que serão aplicadas com intervalo de seis meses.
A campanha do Dia D acontece durante todo o mês de outubro e em todos os estados brasileiros. Para mais informações acesse o Calendário Nacional de Vacinação em www.gov.br
Foto: https://www.freepik.com/free-photo/front-view-patient-getting-their-vaccine_11722995.htm