O que é e como funciona o Pix parcelado?

Pix parcelado

Pix parcelado vem sendo permitido por bancos e outras instituições financeiras, com pagamento e transferências parceladas em até 24 vezes

Desde o fim de 2020, o Pix adentrou a rotina de boa parte dos brasileiros. Além disso, a comodidade de pagamentos pode ficar mais confortável ainda para muitas pessoas. Isso porque agora o usuário do sistema terá a chance de fazer um Pix parcelado.

Como funciona o Pix parcelado

Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que o Pix parcelado é, na verdade, uma espécie de contratação de crédito pessoal. Ou seja, a operação mecânica é a mesma: ao fazer este tipo de pix, o cliente está pedindo ao banco um “adiantamento” do valor da transação. E, consequentemente, acordando o pagamento em parcelas, com o acréscimo de juros.

Além disso, há uma diferença importante entre o Pix parcelado e o cartão de crédito. Neste caso, ao dividir no cartão, os custos da operação ficam com o vendedor, e não com o cliente. E a maioria dos lojistas repassa esse custo de forma implícita, embutindo o valor das e taxas no valor do próprio produto. No entanto, no caso do Pix parcelado, os juros devem ser exibidos no momento da contratação e já indicam o custo direto para o cliente.

Quem pode dividir o Pix?

O cliente pode visualizar a opção do parcelamento na hora de realizar um Pix. Mas existem algumas regras a serem observadas.

Por exemplo, no Mercado Pago o produto só está disponível em operações de compra ou pagamento, quando há um QR Code ou um Pix copia e cola. Ou seja, quando a transação instantânea é feita de uma pessoa física para a outra, não é possível dividir o valor.

No PicPay, como o parcelamento do Pix é feito por meio do cartão de crédito (as parcelas são lançadas na própria fatura). E o produto também só está disponível para operações de consumo, e não para transferências entre pessoas físicas.

Já o Santander habilitou a opção de Pix parcelado em todas as transações que envolvem o uso da plataforma, até aquelas em que o pagador e o recebedor são pessoas físicas.

Juros

  • Mercado Pago: a partir de 2,5% ao mês;
  • PicPay: 3,99% por parcela;
  • Santander: a partir de 2,09% ao mês.

Pix pode substituir o cartão de crédito?

Apesar de bastante similares à primeira vista, as operações do cartão de crédito parcelado e do Pix parcelado são diferentes, especialmente por causa da dinâmica de juros. Portanto, trata-se de uma linha de financiamento adicional, que pode ajudar na hora do aperto.

Sobre isso, o diretor de cartões de crédito do Mercado Pago, Denis Labre, observa:

“Vejo hoje como alternativas complementares, e não acredito na substituição do cartão. O Banco Central tem uma agenda de mudanças que podem ajudar o Pix a caminhar para um modelo parecido com o do cartão, em termo de perfil de taxas, mas isso é para um futuro breve.”

Este modelo é o Pix Garantido e tem previsão de estreia no mercado brasileiro no segundo semestre do ano. Todavia, este formato ainda está em análise pelo Banco Central. Porém, espera-se que os clientes dos bancos possar o Pix como modalidade de crédito em compras, sem a necessidade de um cartão físico ou da intermediação por um emissor ou por uma bandeira, o que pode baratear a operação.

Vale a pena contratar?

É importante avaliar se o parcelamento, no caso do Pix, faz sentido para a compra em questão. Muitos lojistas oferecem descontos para quem paga pela ferramenta, pois trata-se de um valor compensado imediatamente e à vista.

No entanto, é importante avaliar se o desconto concedido é suficiente para cobrir os custos extras com juros. Isso porque não são todos os vendedores que oferecem esse benefício. Mas o padrão é o de um desconto de 5 a 10%, dependendo do tipo e do valor do produto.

Entretanto, há opções mais caras do que o crédito pessoal e o Pix parcelado. É o caso do cheque especial e o próprio rotativo do cartão de crédito. Sendo assim, por mais que as parcelas no cartão de crédito pareçam mais atrativas, por não terem a incidência direta dos juros, se o consumidor não conseguir pagar a fatura de modo integral, o custo tende a ser mais alto do que o das parcelas do Pix.

Por fim, o correto é não deixar que essa dívida se torne uma bola de neve.  Isso pode acontecer se o cliente contratar o Pix parcelado e não conseguir manter um saldo em conta para honrar mensalmente os débitos. Nessa hipótese, além de pagar os juros da operação do Pix, ele ainda deverá pagar os custos do cheque especial.

*Foto: Divulgação