Painel da População Negra tem demanda por movimentos sociais
Na segunda-feira, o Ministério da Saúde lançou em Brasília o Painel Saúde da População Negra. A plataforma conta com dados e indicadores sociodemográficos de morbidade e de mortalidade específicos para a população negra, e ficou disponibilizada em totens durante o seminário Equidade Étnico-Racial nas Redes de Atenção à Saúde.
Painel da População Negra
O Painel da População Negra tem o propósito de transformar dados em informações confiáveis e em indicadores que possam ser acompanhados sistematicamente.
E ainda permite ter o georreferenciamento dessas informações, além de gráficos de acompanhamento de séries históricas e tabelas.
Como funciona o painel
O painel possui três eixos principais:
- enfrentamento ao racismo;
- características sociodemográficas;
- e morbidade e mortalidade da população negra.
Além disso, os indicadores da população negra, quando comparados aos da população em geral, revelam que precisam ser melhorados em relação ao atendimento à saúde em vários locais do território nacional.
Mas, é preciso destacar o eixo morbidade e mortalidade da população negra que traz dados sobre mortalidade materno infantil, indicadores de sífilis congênita e gestacional, doença falciforme, violência, tuberculose e morte prematura por doenças crônicas não transmissíveis. Todos os números foram validados pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.
Nota do Ministério da Saúde
Em nota, o Ministério da Saúde informou que o painel era uma demanda antiga de movimentos sociais negros, que vai possibilitar o monitoramento e a avaliação do processo de implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
A ferramenta apresenta indicadores de enfrentamento ao racismo produzidos a partir dos resultados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) e da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic), realizadas em 2021, e de busca por termos-chave presentes nos Planos Municipais de Saúde, através do Sistema Digital dos Instrumentos de Planejamento (DigiSUS), do quadriênio 2021-2024.
E são estes estudos que indicam que os adoecimentos e mortes por causas evitáveis, assim como as taxas de mortalidade materna, infantil e fetal, são maiores entre mulheres e crianças negras e indígenas. Já o quesito raça/cor, embora seja preenchido, é pouco usado como categoria de análise em saúde, destacou a Pasta.
Por fim, o Ministério disse que o racismo figura como um determinante social da saúde que pode atrapalhar ou impedir o acesso a cuidados e serviços, influenciando no uso e qualidade da assistência prestada.
Fonte: Foto de nunezimage na Freepik