Recuperação extrajudicial da Amaro por dívida de R$ 245 mi

Recuperação extrajudicial da Amaro

Recuperação extrajudicial da Amaro é em decorrência de estar sofrendo com queda de vendas, alta da inflação e dos juros

A varejista de moda Amaro entrou em recuperação extrajudicial na última terça-feira (28), motivada por uma dívida de R$ 244,6 milhões. O pedido de recuperação foi protocolado em 22 de março na 3º Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo, após diversas tentativas da companhia de buscar investimentos externos e renegociar linhas de crédito.

Recuperação extrajudicial da Amaro

No processo de recuperação extrajudicial da Amaro, a empresa disse possuir dívida líquida de R$ 151,7 milhões em obrigações bancárias e ter R$ 93 milhões em débito com os fornecedores.

“Os valores se sobrepõem à capacidade financeira da empresa neste momento, razão que fundamenta o presente pedido.”

Contudo, com o aval da justiça, a varejista de moda recebeu aprovação do plano por créditos que representam 41,63% da soma em aberto, percentual que corresponde a R$ 101,8 milhões em dívidas. Vale destacar que uma recuperação extrajudicial ocorre quando a própria empresa faz o pedido e se torna menos burocrático, explica o CEO da RK Partners, Ricardo K.

Além disso, no pedido, a segundo o CEO da Amaro, Dominique Oliver, “que o setor de varejo vem sofrendo com a alta da taxa de juros e com a volatilidade do câmbio”, o que gerou um aumento considerável de seu passivo nos últimos anos, segundo a empresa. A marca reforçou ainda que o setor passa por uma queda de vendas e sofre com a alta da inflação, que teve efeito na operação como um todo nos negócios.

Objetivo

Agora, por meio de um comunicado oficial da marca, a Amaro diz que tem como o objetivo de preservar sua liquidez e adequar a sua estrutura de capital para fortalecer a operação. E também visa a manutenção do relacionamento com fornecedores e parceiros.

“A empresa reafirma ainda seu compromisso de continuar entregando um excelente nível de serviço pelo qual é reconhecida e mantém seu posicionamento como ecossistema de lifestyle no mercado premium, focado em moda, beleza e casa.”

Modelo de negócios

Criada em 2012, a Amaro foi uma das primeiras do segmento de moda a promover esse tipo de integração do comércio físico com o digital. No entanto, assim como outras empresas de tecnologia brasileiras, a varejista foi afetada pela alta taxa de juros e a piora no consumo, devido à baixa liquidez do mercado – medida para conter o avanço da inflação no País.

A companhia adota um modelo de vendas baseado no comércio eletrônico, apesar de também ter lojas físicas no País, nas quais os consumidores podem provar as peças de roupa antes de comprá-las.

Já as lojas físicas possuem computadores para mostrar o estoque e também para fazer às vezes dos atendentes do caixa. Ou seja, as transações podem ser feitas online.

Por fim, a empresa já foi considerada um ativo valioso para redes de moda listadas na Bolsa. No entanto, o valor da companhia era tido como alto, o que acabou afastando possíveis compradores.

*Foto: Reprodução/Unsplash (Artem Beliaikin)