Releitura no mercado financeiro: Entenda a fala de Haddad

Releitura no mercado financeiro

Releitura no mercado financeiro é necessária após erros de projeções de instituições financeiras

Nesta quinta-feira (28), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o mercado financeiro tem errado nas projeções. Portanto, é necessário fazer uma releitura. E isso envolve a queda da bolsa e a alta do dólar, que quase chegou aos R$ 6 na abertura das negociações, durante entrevista à imprensa para detalhar o pacote de corte de gastos e a reforma do Imposto de Renda.

Releitura no mercado financeiro

Para o ministro, a releitura no mercado financeiro é necessária, uma vez que não o erro é expressivo. Isso porque o mercado projetou 1,5% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). E a realidade é de quase 3,5% de crescimento, em relação às projeções do começo de 2024. Ele disse ainda que o mercado estimava um rombo das contas públicas de 0,8% do PIB. Enquanto isso, o governo estima um déficit de 0,25% do PIB no ano.

Em suma, o ministro afirma que o mercado tem de fazer uma releitura do que o governo está fazendo, pois nem em crescimento e nem em déficit o mercado acertou.  

Projeção do déficit primário

Divulgada pelo governo na última sexta-feira (22), a projeção de déficit primário – resultado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública – de 0,25% do PIB não considera os gastos de fora do arcabouço fiscal. Ou seja, os créditos extraordinários para a reconstrução do Rio Grande do Sul, para o combate a incêndios florestais e o pagamento de precatórios. E ao considerar essas despesas, a estimativa de déficit primário para este ano sobe para R$ 65,3 bilhões (0,57% do PIB).

Por sua vez, o déficit primário efetivo, que considera os gastos fora do arcabouço fiscal, é o que conta para o endividamento do governo. Neste caso, a dívida pública bruta do governo geral é o principal indicador utilizado nas comparações internacionais para avaliar a solvência de um país.

Compensações

Haddad deixou a entrevista por volta das 9h40, em razão de uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e os líderes dos partidos na Casa. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, o substituiu e tentou tranquilizar o mercado financeiro, reiterando que a proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais será totalmente compensada pela elevação dos impostos para quem recebe mais de R$ 50 mil por mês.

Mais cedo, Haddad disse que a reforma do Imposto de Renda resulta de cálculos elaborados pela Receita Federal durante anos.

Para reduzir as tensões com o mercado, o governo está incluindo o novo Vale Gás e o programa Pé-de-Meia no arcabouço fiscal. Entretanto, os dois programas são criticados por operar subsídios fora do Orçamento Federal e do limite de gastos imposto pelo novo arcabouço fiscal, o que gera questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU).

Fonte: Foto de chajamp na Freepik