Com a redução da taxa de juros Selic do mês passado, o brasileiro deve sair da sua zona de conforto, em relação à renda fixa e optar por títulos mais difíceis, para diversificar seu patrimônio.
Por que ir além da renda fixa?
Na opinião de especialistas, para a pessoa ter algum ganho, ela terá de abrir mão da liquidez, ou seja, deixar o dinheiro aplicado por mais tempo, ou ainda assumir riscos extras para sua carteira de investimentos. E isso envolve: ações e fundos imobiliários, que estão sujeitos a oscilações e de tarifas.
Para Victor Vietti, superintendente de portfólios de investimento do Itaú. Em declaração ao jornal O Estado de S. Paulo:
“A renda fixa sempre terá mercado, mas a gente está recomendando aplicação em Bolsa desde o final de 2018”.
Portanto, o que resta agora ao investidor pessoa física é uma carteira com opções reduzidas dentro da renda fixa, em que o dinheiro é aplicado com uma garantia mínima de retorno depois de certo período.
Outros produtos
Na opinião de Juliana Inhasz, coordenadora do curso de economia do Insper, produtos como CDBs, fundos DI e poupança, podem se tornar uma espécie de “seguro” ao patrimônio do investidor. Ela ainda reforça:
“Esquece essa história de ganhar dinheiro com o CDB. Essas aplicações servem para repor as perdas com inflação, variações cambiais.”
Já para o diretor de investimento do banco Santander, Gilberto Abreu, o investidor deve aprender a enxergar o mercado financeiro no tempo presente e não no que houve no passado.
“É um mundo novo, e ainda bem. Renda fixa paga pouco no mundo inteiro. O que acontecia no Brasil era uma incorreção do nosso mercado.”
Renda fixa e longo prazo
A economista Paula Sauer, professora da ESPM, chama atenção para o bom resultado projetado para os produtos com vencimento de longo prazo, ou seja, acima de cinco anos. Ela inclui nesta lista as Letras de Crédito: tanto imobiliárias, como as LCIs e as de agronegócio, LCAs. E ainda observou:
“O que garante o bom resultado desses produtos é a isenção do Imposto de Renda. E, mesmo assim, o porcentual de CDI que serve de remuneração para as letras está atrelado ao prazo. Quanto maior o prazo sem mexer no dinheiro, melhor a remuneração”.
Poupança
Esta queda na taxa de juros Selic influenciou na poupança, que é a principal escolha do brasileiro e que, consequentemente, perdeu em termos atrativos de rentabilidade.
Sendo assim, o investimento que antes rendia 4,2% ao ano, ultrapassando até mesmo boa parte dos títulos de renda fixa, retraiu para 3,85%, ficando um pouco acima da inflação, que no último relatório do Banco Central, ficou estimada em 3,6%.
Já os fundos DI, que administram uma carteira de renda fixa, também ficaram longe do esperado. Para alguns deles, o motivo foi a taxa de administração, que chegou a perder para a inflação por quase um ponto percentual. Contudo, no Tesouro Direto, as aplicações de curto prazo ligados à Selic ficaram nem próximos aos títulos da poupança.
É importante ressaltar que neste caso, a recomendação é para papéis de médio e longo prazo, acima de 12 meses e atrelados à inflação.
Fontes: UOL e O Estado de S. Paulo
*Ilustração: Divulgação