Sami capta R$ 90 milhões e se destacar entre as grandes empresas

Sami capta R$ 90 milhões

Sami capta R$ 90 milhões na série B, liderada pelos fundos Redpoint eventures e Mundi Ventures; ideia é dobrar faturamento com novo canal de vendas e foco nas grandes companhias

As startups de saúde vêm enfrentando alguns desafios, diante da estiagem dos investimentos de risco. Com isso, healthtechs brasileiras como Alice e Memed têm lançado mão de estratégias para conter a queima excessiva de capital. A mais notável delas: as demissões em massa, famigerados “layoffs”, adotados por boa parte das startups em busca de maior eficiência de caixa e redução de custos. E é o que também ocorre com startup Sami, que já dispensou 15% do time há um ano. No entanto, agora há a chance da conta fechar.

Sami capta R$ 90 milhões

Isso porque, após três anos  sem captar qualquer financiamento externo — a startup Sami capta R$ 90 milhões (cerca de US$ 18 milhões) em uma  rodada série B, liderada pela Redpoint eventures e Mundi Ventures.

Além disso, participaram também os fundos Alumni Ventures, Endeavor Catalyst, Digital Horizon, Tau Ventures, e investidores de longa data da empresa, como Monashees, Mancora Ventures e Valor Capital Group, e os executivos Kevin Efrus, da Accel; Ricardo Marino, do Itaú; Mauro Figueired, ex-diretor da Bradesco Saúde e Brad Otto, ex-executivo da área de Corporate Venture Capital (CVC) da americana UnitedHealth Group, dona da Amil.

O que faz a empresa

A Sami atua basicamente como uma operadora de planos de saúde focada em empresas de pequeno porte, microempreendedores e profissionais liberais. A ideia é atender a uma parcela desassistida pelos tradicionais planos de saúde empresariais, que usualmente têm preços elevados que dificilmente cabem na conta de companhias de menor porte. Sendo assim, a ideia da Sami é oferecer planos de cobertura de saúde a preços acessíveis.

A aposta ocorre através de uma rede credenciada mais enxuta, de olho nos menores custos para o empregador na ponta. A healthtech conta com cinco hospitais credenciados na rede de São Paulo, Contudo, os carros-chefes são os serviços de telemedicina dedicada à triagem de forma digital por meio de um atendimento primário e o de digitalização de histórico médicos de pacientes. Atualmente, 95% dos atendimentos feitos pela startup acontecem online.

A essência da Sami está no atendimento primário à saúde, no qual usuários podem ser atendidos, via aplicativo, por um time de saúde multidisciplinar que inclui um médico de família, um coordenador e um enfermeiro, explica Vitor Asseituno, cofundador da Sami:

“Baseada em seu histórico de saúde e socioeconômico, e os cuidados preventivos e proativos são direcionados considerando tudo isso, para que a gente consiga olhar para a saúde dele de fato, de maneira integral, e não só tratar doenças.”

Entre os principais hospitais e parceiros incluídos nos planos da Sami, em São Paulo, estão:

  • Beneficência Portuguesa
  • Oswaldo Cruz
  • Pro Matre
  • Gympass (bem-estar físico)
  • Cíngulo (saúde mental)

História do negócio

A Sami foi fundada em 2018 pelos empreendedores Vitor Asseituno e Guilherme Berardo com o propósito de reformular o sistema de saúde privado do país.

O piloto da startup foi o de consultoria de inovação e dados para dois grandes planos nacionais. A experiência com as duas empresas permitiu o primeiro contato com uma ampla base de clientes e a testagem de uma tese de negócio baseada na oferta de planos próprios até 25% mais baratos que a média do mercado.

Em 2020, com o aporte de R$ 86 milhões em uma série A envolvendo fundos como Monashees e Valor Capital Group, a Sami pôde colocar à prova seu modelo baseado em conexão de pacientes, laboratórios, hospitais e profissionais de saúde por meio de planos de saúde empresariais para pequenas companhias e microempreendedores individuais (MEIs).

Em 2022, a healthtech também lançou um novo produto, o Sami Coral, voltado a grandes empresas, com o intuito de atender grandes executivos de empresas clientes em busca de atendimentos mais “premium”.

Quais são os planos

Com o aporte, a Sami pretende dar novo fôlego à sua estratégia voltada às empresas maiores. Também quer ampliar os investimentos em tecnologia para melhorar a experiência de seus 18.000 membros ativos.

A incursão de novos canais de venda também está nos planos. A partir de agora, a startup também passa a vender planos de saúde por meio de corretores especializados em saúde. Até então, a venda era feita exclusivamente online ou vendas diretas.

Segundo Guilherme Berardo, CEO da companhia, o novo canal representará até metade das vendas da healthtech até o final do ano.

“Temos que estar onde o cliente quer comprar, seja no digital, seja no telefone, seja no corretor.”

Por fim, do lado dos resultados, a Sami espera mais um ano positivo. Em 2022, a empresa faturou R$ 60 milhões. Um ano antes, o faturamento havia sido de R$ 9 milhões. Até o final de 2023, a Sami pretende ter 27.000 membros e um faturamento de R$ 120 milhões.

*Foto: Reprodução/Pixabay (Tumisu – pixabay.com/pt/photos/m%C3%A9dico-enfermeira-estetosc%C3%B3pio-6163736/)