A startup de turismo brasileira, Voopter, foi listada entre as 25 melhores do setor. O relatório foi divulgado pela empresa americana de mídia especializada em turismo, Skift. A companhia brasileira é um buscador focado em comparar preços de viagem.
Startup de turismo brasileira
A Voopter foi a única startup de turismo brasileira a integrar a listagem ao lado de mais 24 empresas do setor. Ela foi criada em 2013 e de acordo com a Skift, foi antes do Brasil entrar em uma crise econômica.
Além de realizar o comparador de tíquetes aéreos, a Voopter também disponibiliza conteúdo próprio sobre viagens, com dicas e avisos de promoções.
Lucro e usuários
A receita da empresa de turismo vem das tarifas pagas pelas companhias aéreas, pois o comparador de preços redireciona o consumidor final aos sites deles. A Voopter também lucra com anúncios publicitários em seu portal.
Hoje, a startup possui mais de dois milhões de usuários que acessam a plataforma mensalmente. O serviço funciona tanto pelo site como por aplicativo em smartphone. Atualmente, a empresa contabilizou mais de quatro milhões de redirecionamentos às companhias parcerias. No entanto, a Voopter não diz qual o valor de seu faturamento. Porém, já recebeu aportes de investidores que somam mais de US$ 1,5 milhão.
Buscador de viagens
A startup de turismo pegou o boom de buscadores de passagens aéreas e foi acompanhando a evolução do setor.
Na época de sua fundação, em 2013, 49% de pessoas pertencente à classe C e apenas 17% das classes D e E acessavam a internet. As informações são da Cetic (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação) e divulgados pelo Instituto Locomotiva. Já em 2018, este percentual deu um salto e registrou que 77% da classe C e 49% das classes D e E entram na internet. Isso sem contar que quase 100% do público A e B utilizam a web.
Em relação às pessoas que andam de avião, os números são estes: em 2012, mais de 80 mil brasileiros utilizaram o serviço aéreo e no ano passado este indicativo passou para 100 mil usuários. Com isso, mais de 90% da população do país embarcou em voos domésticos, com destinos dentro do próprio país.
Segundo o presidente e cofundador da Voopter, Petterson Paiva:
“Quando abrimos havia uma grande expectativa sobre esse mercado no Brasil. Mas o setor voltou a aquecer bastante agora, e estamos muito animados com os próximos anos”.
Buscadores
Para brigar com o Google, que vem aperfeiçoando cada vez mais seus buscadores, que as empresas Buscapé e Zoom uniram suas forças em 2019. As informações são da revista EXAME.
A Voopter tem como concorrentes diretos os sites de busca 123 milhas e MaxMilhas. Além disso, ainda há uma forte disputa com o Google Flights, que também realiza comparação de valor de voos. Quando a pessoa faz uma pesquisa neste comparador do Google, automaticamente ela tem acesso a diferentes preços de passagens para a rota específica solicitada antes mesmo que o usuário tenha que selecionar para visualizar mais informações. Tales Tommasini, cofundador e CTO da Voopter afirma que já esperavam uma forte concorrência vinda do maior buscador do mundo. No entanto, eles acreditam que sobreviverão ao alcançar outros segmentos de sua cartela de clientes.
Conteúdo que ajuda a decidir destinos
O diferencial da Voopter em relação ao Google, é que os ususários cadastrados recebem um conteúdo que informa sobre promoções disponíveis ou ainda destinos mais em conta para um determinado período. Sendo assim, um cliente que ainda não tinha tomado uma decisão, pode se decidir e ainda começar a preparar uma viagem baseada nas informações que recebeu da Voopter. Tommasini ressalta que disponibilizar este conteúdo só é possível que o perfil do brasileiro é de ser mais flexível. Portanto, preços mais em conta podem fazer toda a diferença. É saber entender o perfil de sua clientela.
Parceria
Recentemente, a Voopter divulgou uma parceria com o app de entregas Rappi. Os usuários que utilizarem o serviço da empresa de delevery de comidas e bebidas poderão ser redirecionados à página do buscador de turismo e viagens.
De acordo com Paiva, a partir da parceria, já é notório que outro tipo de público tem acessado a plataforma da Voopter. Apesar das facilidades da internet, a companhia afirma que cerca de 40% ainda fazem reservas fora do ambiente digital.
Crescimento de modo orgânico
A Voopter foge do pensamento de seus concorrentes que acreditam que é preciso crescer primeiro e faturar depois. A startup de turismo já possui lucro desde 2017. Todavia, continua acerta para receber mais capital. Além disso, o objetivo para os próximos anos é intensificar mais sua presença em território nacional. Por enquanto, ainda não é um desejo da empresa de internacionalizar a operação. E conclui que o momento agora é de pechinchar, em decorrência do atual panorama econômico do país.
Fonte: revista EXAME
*Foto: Divulgação
