A Natura anunciou em abril que a partir desse mês vai assumir a parte operacional da Body Shop, na América Latina.
O intuito é se beneficiar da estrutura que a Natura já possui nos setores: financeiro, tecnológico e de infraestrutura para que a Body Shop passe a aumentar sua presença também nestes países.
MUDA ALGO PARA O CONSUMIDOR?
Segundo a diretora de varejo da Natura, Paula Andrade, haverá poucas modificações. Por enquanto, a alteração mais significativa refere-se à adaptação do portfólio da Body Shop no mercado global dessas regiões. Nesse quesito, o setor de fragrâncias e presentes tem importante destaque, afirma a executiva.
Em relação aos consumidores, eles podem ser beneficiados com este tipo de união, de acordo com o professor da ESPM/SP, Fabio Mariano. O especialista em comportamento de consumo oberva que a experiência da Body Shop em pontos de venda, onde verifica a experiência do consumidor em tempo real pode agregar maior conhecimento à Natura. E esta por sua vez pode ensinar mais sobre tecnologia de cosméticos naturais à Body Shop.
Esta não é a primeira vez que a gigante de cosméticos naturais adquire se une a empresa do mesmo setor. Em 2013, a Natura comprou a companhia australiana Emeis Holdings, que fabricava itens de beleza Premium para a marca Aesop. E tanto Aesop e Natura operam independentes até hoje, ressalta o professor da ESPM.
AS MARCAS ACABARÃO?
As marcas não acabarão. Elas continuarão a funcionar de forma independente. Além disso, as diferentes equipes de marketing e branding que já existiam em atuações prioritárias, serão mantidas.
Paula Andrade deixa claro também que produtos da Natura não serão comercializados em pontos de venda Body Shop e vice-versa. Hoje, a Body Shop está presente em 160 locais da América Latina, que compreende lojas próprias, franquias e espaços dentro de lojas de departamento.
AQUISIÇÃO DA BODY EM SHOP EM CIFRAS
A Natura adquiriu a Body Shop em 100%, em junho de 2017, que antes pertencia à multinacional francesa L’Oreal. Nesta negociação foi desembolsado cerca de 1 bilhão de euros.
João Paulo Ferreira, presidente da Natura afirmou naquela época que a compra da Body Shop atingiu três objetivos estratégicos. São eles: construção de uma organização de marcas globais, diversificação de produtos e internacionalização da Body Shop.
No ano passado, de acordo com informações da empresa de pesquisas Euromonitor International, o setor de vendas de produtos de beleza e cuidados pessoais teve alta de 1,53%, atingindo R$ 109,7 bilhões. A Natura liderou o ranking e a Unilever perdeu a segunda posição para o Boticário.
*Foto: Divulgação