O gigante de varejo Magazine Luiza venceu disputa no fim de abril e comprou o e-commerce de moda. Além disso, assumiu dívida da Netshoes no valor de R$ 140 milhões.
Apesar de ser do nicho de moda, calçados e artigos esportivos, a empresa nunca possuiu rentabilidade. E aí que entra o grande desafio do Magazine Luiza: fazer com que esta aquisição gere lucro real.
Já era dada como certa a entrada do Magazine no mercado da moda, assim como debutou no segmento literário recentemente. De acordo com a companhia, a intenção é se tornar o maior polo de comércio digital do Brasil.
A NEGOCIAÇÃO
O gigante do varejo acabou se beneficiando na compra da Netshoes, pois junto com a empresa de e-commerce virá também a aquisição das marcas Zatinni (roupas) e Shoestock (calçados femininos).
Para consultores e investidores do setor, a compra não é muito relevante. Porém, pode colocar o Magazine Luiza à frente da concorrência neste segmento de mercado.
Para analistas há o ponto positivo de o Magazine possuir toda estrutura administrativa necessária, coisa que a Netshoes não tinha. Sendo assim, não há necessidade de custos exorbitantes para este departamento.
DIFERENÇAS DE GESTÃO
Como toda fusão entre empresas, as duas companhias possuem pontos em comum no que diz respeito à integração de infraestrutura, plataformas e funcionários. Segundo uma fonte ligada ao Magazine, o presidente e fundador da Netshoes, Marcio Kumruian deve permanecer na companhia. Assim como sua irmã deve continuar na gestão do e-commerce.
A expertise dos irmãos ao mesmo tempo em que pode ser benéfica pode atrapalhar esta fusão. Pois, na cabeça do Marcio, por vir do empreendedorismo, a visão dele é crescer a todo custo. Já o gigante varejista pensa como uma corporação de capital aberto, ou seja, que precisa apresentar resultados a cada três meses.
A empresa que possui experiência tanto no varejo físico como no digital, segundo especialistas, será motivo para conseguir integrar um negócio considerado de startup e adequá-lo ao meio varejista.
Segundo o site Infomoney, o magazine pretende manter as três distribuidoras da Netshoes, situadas em São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco. Com isso, esses centros devem se juntar aos 12 polos de distribuição que o varejista possui em território nacional.
RETIRADA DE PRODUTOS
O magazine deve proporcionar aos clientes da Netshoes a possibilidade de comprar pelo site e retirar o produto em uma de suas quase 1000 lojas físicas espalhadas pelo país. Com isso, a empresa teria acesso a uma rede de comércio maior do que qualquer um de seus concorrentes. Prova disso é que a Centauro tem cerca de 180 lojas em diversos municípios do país. Enquanto que a Renner, que não se enquadra no nicho esportivo possui 550 espaços físicos no Brasil.
Além disso, a sinergia entre as companhias vai juntar os 6 milhões de clientes ativos da Netshoes aos 17 milhões da rede varejista. Consequentemente, esta integração de base de dados de ambas fará com que o Magazine obtenha informações sobre os hábitos de consumo desses outros clientes.
*Foto: Divulgação