Modelo de negociação também é adotado por empresas que já nasceram digitais e perdiam vendas para loja físicas
Com a era da internet, o nicho de negociações porta a porta precisou se adaptar aos novos tempos.
Hoje, as vendas acontecem por aplicativos, como o whatsapp, onde é possível visualizar catálogos online. Essa vitrine de produtos é uma forma de canal de relacionamento entre empresa e cliente para fechamento de vendas.
Este modelo de negócio já foi adotado até por companhias que já nasceram digitais. É o caso da Wine, que é uma loja online especializada em vinhos. Recentemente, a empresa inaugurou uma unidade de comércio para a venda de lotes de pelo menos 12 itens.
Oportunidade
Segundo a gestora de negócios da Wine Eventos, Annelise Passos, a companhia de vinhos enxergou esse nicho de mercado graças às ligações de clientes que perguntavam dicas de qual o melhor vinho para festas.
Hoje, a empresa treina revendedores que atendem este segmento e estão aptos a indicarem bons vinhos aos consumidores. Com isso, as vendas que caíam pela procura em lojas físicas, acabou se invertendo e fez com que a demanda online aumentasse. A Wine Eventos já possui 1.200 revendedores espalhados por 14 estados.
Vendas Diretas
Para a empresa de cosméticos Embelleze, que é focada em vendas diretas, as companhias devem se adequar ao que os clientes gostam de adquirir.
Segundo o presidente-executivo e fundador da organização, Marcel Szajubok, a entrada aos novos tempos das vendas porta a porta também era necessária à Embelleze.
A fabricante de cosméticos lançou em maio uma plataforma online, onde revendedores podem se cadastrar. Marcel ressalta que não haverá catálogos em papel, e sim treinamento e vendas por meio de aplicativos. Ele finaliza dizendo que hoje o formato porta em porta foi substituído pelo clique em clique.
Já o Magazine Luiza atua na área de revendas desde 2011. O sistema da gigante varejista funciona com revendedores que anunciam os produtos da loja virtual. Com isso, eles recebem uma comissão pelo serviço prestado. O app do Magazine chegou anos depois, no fim do ano passado.
Essa forma de trabalho com revendedores permite que a empresa consiga chegar até o consumidor que não possua tanta experiência em navegar pela internet ou não tenha o hábito de buscar ofertas. Tatiane Alves, gerente do Magazine Você afirma que as vendas diretas aumentaram mais do que o resto do site da companhia, no ano passado.
Visão de consultores
Para a sócia da AGR consultores, Ana Paula Tozzi, focada em varejo, o meio digital deu um novo fôlego às vendas de porta em porta. Porém, também gerou dúvidas sobre a longevidade do formato. Mas Tozii ressalta que o modelo de negócio está em uma fase importante graças à força de aplicativos e outros meios digitais.
Já para a presidente-executiva da Associação de Vendas Diretas (Abevd), Adriana Colloca, o novo modo de comércio digital segue relevante. Pois, nem sempre o usuário está com tempo ou disposto a navegar à procura de produtos. Todavia, quando um item que queira comprar chega até ele por meio de um canal ou alguém de confiança, pode ser que ali seja fechada uma venda. Mesmo em tempos de crise, nesses últimos anos, o nicho de porta em porta virtual manteve-se aquecido, gerando faturamento de R$ 45,2 bilhões, além de 4,1 milhões revendedores.
*Foto: Divulgação