Inclusão de PCDs no mercado de trabalho exige planejamento das companhias; saiba o que já fazem e o que ainda falta
Pessoas com deficiência possuem menos acesso a uma carreira no Brasil e com salários menores. É o que revela um relatório do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado na quarta-feira (21), com dados de 2019. E que ainda mostra que apenas 34,3% das pessoas com deficiência tinham vínculo formal de trabalho, enquanto entre as pessoas sem deficiência a taxa era de 50,9%.
Inclusão de PCDs no mercado de trabalho
Além disso, quanto aos salários, a inclusão de PCDs significava um redimento médio mensal de R$ 1.639. Enquanto isso, os ocupados sem deficiência recebiam, em média, R$ 2.619 por mês.
Contudo, apesar da Lei de Cotas, que obriga que empresas com 100 funcionários ou mais destinem de 2% a 5% das suas vagas para pessoas com deficiência, a empregabilidade formal desses profissionais quase dobraria caso as empresas cumprissem a legislação, segundo Carolina Ignarra, CEO do Talento Incluir. O ecossistema de diversidade e inclusão com foco em PCDs tem entre os clientes empresas como Carrefour, Amazon, Bradesco e Bayer.
Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência
Na quarta também foi celebrado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. E as empresas brasileiras têm feito ações para incluir talentos com deficiência. Mas também falta desepenhar algumas ações.
Todavia, para atrair talentos com deficiência, companhias deixam claro em seus anúncios de vagas que elas são elegíveis também para pessoas com deficiências. Outras divulgam vagas específicas para PCDs. A Cargill, por exemplo, está com 17 vagas abertas exclusivamente para pessoas com deficiência, assim como a CTG Brasil, com outras 10 posições para PCDs. O BK Brasil abriu um programa de estágio focado em PCDs com mais de 1500 vagas no Brasil.
Programa de capacitação
Ignarra aponta também que promover apenas ações pontuais é um erro. A empresa precisa ter ações contínuas e que envolvam diferentes níveis hierárquicos.
A Ipiranga está com inscrições abertas para o programa Construa. A ação é exclusiva para profissionais com deficiência e, em 12 meses, vai formar e desenvolver 10 consultores administrativos para a área de negócios.
O Grupo DPSP, da Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco, também lança mais uma edição do Programa de Formação para Pessoas com Deficiência. São 50 vagas para pessoas com mais de 18 anos e ensino médio completo com interesse na área.
Já o Itaú Unibanco também está promovendo um programa que oferece 1000 bolsas de treinamento para as certificações financeiras CPA-10 e CPA-20. O programa é voltado a pessoas com deficiência e pessoas negras para trazer mais diversidade para o mercado financeiro.
Equidade e acessibilidade
Aqui vale destacar que equidade não é o mesmo que igualdade. Neste caso, contratar pessoas com deficiência não é o bastante para impulsionar suas carreiras. É preciso oferecer oportunidades, garantir que esses profissionais tenham acesso igual a soluções tecnológicas modernas e pensar num plano de carreira para construir um local de trabalho inclusivo e acolhedor.
*Foto: Reprodução