Lançado no mês passado, o hambúrger vegetal Rebel Whopper foi criado em parceria com a Marfrig e a americana Archer Daniels Midland Company (ADM)
O Burger King se tornou mais uma opção entre a forte concorrência do setor de hambúrguer vegetal. Apesar de já ter no cardápio o burger Veggie, destinado aos vegetarianos e àqueles que querem variar de vez em quando. O atual lançamento não prejudicará as vendas do anterior, de acordo com o presidente da empresa, Iuri Miranda.
A nova opção batizada de Rebel Whopper foi criada em parceria com a empresa brasileira Marfrig e a americana Archer Daniels Midland Company (ADM).
Hambúrguer vegetal
O diretor de marketing e vendas do Burger King no Brasil, Ariel Grunkraut ressalta que o hambúrger vegetal é um sanduíche voltado ao público em geral e em declaração à revista EXAME ainda afirmou:
“O público vegetariano tem crescido em todo o mundo, mas esse também é um produto para quem gosta de carne mas busca alternativas em alguns dias da semana”.
Já o presidente da empresa reforça que o burger é 100% produzido a base de plantas, mas que é grelhado no fogo como um churrasco. Inclusive, esta grelha é a mesma usada na preparação dos sanduíches com carne. Já o restante dos ingredientes, como o pão, queijo e a maionese possuem origem animal.
No entanto, os executivos do Burger King não revelam os ingredientes que vão no hambúrger vegetal, mencionam apenas que contém soja. Porém, afirma que todos os ingredientes são naturais e nada de transgênicos.
Mercado do Burger King no Brasil
O Brasil é o terceiro maior mercado para o Burger King, ficando atrás somente dos Estados Unidos e Suécia. O CEO Iuri Miranda ainda diz que o país é o mais receptivo no quesito produtos que não levam carne de origem animal. Segundo uma pesquisa da empresa, aproximadamente 70% dos consumidores afirmam que seria provável ou muito provavelmente comprariam um hambúrger feito a base de plantas.
A fabricação do Rebel Whopper em solo brasileiro fica a cargo da companhia Marfrig, que possui capacidade diária de abate de 32 mil cabeças de gado. Além disso, seu lucro líquido foi de R$ 41,4 bilhões só no ano passado.
Já a processadora agrícola ADM, responsável pela tecnologia do hambúrger vegetal, em parceria com o frigorífico brasileiro, é atuante no processamento de soja e tem 13 unidades de produção de ração, além de uma fábrica de proteínas de soja em Campo Grande (MS). A companhia também produz extratos naturais e componentes para a indústria de bebidas.
O Rebel Whopper é um sanduíche exclusivo para a rede de fast food. No entanto, Marfrig está desenvolvendo outros produtos ligados ao varejo e o food service.
Concorrência do hambúrger vegetal
Não é só a rede Burger King que mira o mercado de hambúrger vegetal, a marca já possui fortes concorrentes no setor. É o caso da foodtech Fazenda do Futuro, que em abril lançou o primeiro produto neste seguimento. O hambúrger vegano dos mesmos criadores do Suco do Bem, Alfredo Strechinsky e Marcos Leta, é feito com proteínas de ervilha, soja e grão de bico. Além disso, ainda leva em sua receita a beterraba para remeter ao sangue de uma carne de origem animal e foi incluso no cardápio da rede Lanchonete da Cidade, em São Paulo e na carioca T.T. Burger.
Já fora do Brasil, a Beyond Meat chegou ao mercado em 2013, nos Estados Unidos, mas somente três anos depois lançou o primeiro hambúrger feito com proteínas de ervilha, arroz e feijão, óleo de canola, óleo de coco, manteiga de cacau, amido de batata, suco de limão e beterraba, entre outros ingredientes. Em maio deste ano, a empresa abriu seu capital na bolsa americana Nasdaq.
Por fim, outra concorrente na disputa por essa fatia do mercado que só cresce é a Impossible Foods, criada no Vale do Silício em 2011. Neste ano, ela firmou uma parceria com o Burger King dos Estados Unidos para comercializar seu hambúrger à base de proteínas de batata e soja, em algumas lojas da rede de fast food americana.
Fonte: revista EXAME
*Foto: Divulgação