Com Selic e IPCA mais altos, gastos com juros em julho é o pior em 6 anos

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Com Selic e IPCA mais altos em julho, os gastos do setor público saltaram de R$ 45,119 bilhões, frente a R$ 5,838 bilhões na comparação anual

Os gastos do setor público saltaram de R$ 45,119 bilhões, frente a R$ 5,838 bilhões na comparação anual. Este é um reflexo do peso para as contas do governo de variáveis como inflação e Selic mais altas.

Selic e IPCA mais altos

Com Selic e IPCA mais altos, este foi o pior dado para o mês desde julho de 2015, quando os juros atingiram R$ 62,753 bilhões.

De acordo com o Banco Central, o dado foi influenciado também pelo resultado desfavorável com operações de swap cambial no período. Neste caso, a perda foi de R$ 8,9 bilhões em julho deste ano, contra um ganho de R$ 16,3 bilhões em igual período do ano passado.

BC já elevou a taxa básica de juros a 5,25% ao ano

Além disso, diante do avanço de preços na economia, embalado por fatores como o aumento da energia elétrica e do preço de commodities, o BC já elevou a taxa básica de juros a 5,25% ao ano, ante mínima histórica de 2% no início do ano.

E pode haver indícios de mais dificuldades pela frente para ancorar as expectativas de inflação. Estas têm se distanciado das metas estipuladas pelo governo.

Previsão de agentes

Agentes do mercado já preveem um IPCA de 7,27% este ano e 3,95% em 2022, segundo o boletim Focus mais recente. Neste caso, as metas são de 3,75% e 3,50%, respectivamente, nas duas situações, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual acima ou abaixo.

Déficit primário

Na semana passada, o BC divulgou qye o setor público consolidado brasileiro teve déficit primário de R$ 10,283 bilhões em julho, com o rombo em 12 meses passando a 2,89% do PIB (Produto Interno Bruto).

Segundo levantamento da agência Reuters, a expectativa era de um déficit menor para o mês, de R$ 6,65 bilhões. Entretanto, em julho de 2020, o déficit foi de R$ 81,071 bilhões, impulsionado pelos gastos relacionados ao enfrentamento da crise de Covid-19.

Por outro lado, o rombo veio por um déficit primário de R$ 16,842 bilhões do governo central e de R$ 786 milhões das estatais federais, ao passo que governos regionais tiveram superávit de R$ 7,345 bilhões.

Dívida pública bruta

Ainda em julho, a dívida pública bruta ficou em 83,8% do PIB, sobre 83,9% o mês anterior. Por sua vez, a dívida líquida caiu a 60,3% do PIB, ante 60,8% em junho, puxada especialmente pelo aumento do PIB nominal, indicou o BC.

Por fim, a Reuters disse que a expectativa do mercado era de dívida bruta de 83,7% e dívida líquida de 60,6% do PIB.

*Foto: Divulgação/Pexels