O gestor de pessoas deve ouvir mais sempre e medir esforços para a empresa ter diversidade e inclusão de funcionários
A pandemia resultou e mais de 8,9 milhões de profissionais trabalhando remotamente no Brasil. Os dados são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Gestor de pessoas em 2022
Um gestor de pessoas em 2022 deve acelerar os processos de transformação digital e mudanças de cultura. Além de fazer com que a empresa repense seus processos e se adapte às novas circunstâncias em que flexibilidade, trabalho híbrido e novas formas de comunicação ganharam importância.
Além disso, para este cargo é fundamental entender este movimento para reter talentos e apoiar as áreas de negócios e carreira dos colaboradores.
É o que diz Bruno Soares, co-fundador e CEO da Feedz, startup que usa dados para engajamento de colaboradores.
“Os líderes de people precisam adaptar seus processos para cuidar dos colaboradores e da cultura organizacional, que sofre o impacto do trabalho remoto.”
A seguir, Soares dá cinco dicas de como um gestor de pessoas deve atuar hoje.
1 – Enxergar o colaborador sempre como consumidor
Hoje, cada vez mais é essencial reter talentos e isso já é visto como uma tendência. Além disso, esse relacionamento deve ser tão bom quanto com um consumidor exigente. Portanto, para elevar o engajamento é preciso uma aproximação da área de gente com os gestores. E também ter objetivos bem definidos e manter uma cultura de feedbacks e reconhecimentos frequentes.
“O setor teve que enfrentar mudanças repentinas, então está buscando buscar estratégias inovadoras e tomando decisões a partir de dados.”
2 – Escutar mais e sempre
Neste caso, ouvir sempre consegue unir lideranças com colaboradores de modo que seja possível mapear necessidades e pontos de desenvolvimento.
Esta tática pode ser aplicada por pesquisas de clima, ou simples feedbacks entre equipes e gestores. Em 2022, a área de tecnologia digital é uma das ferramenras que podem ser usadas para impulsionar a escuta contínua. Pode haver ainda reuniões com o intuito de aproximar funcionários com a empresa sem o ônus de gastos com o espaço ou locomoção.
Contudo, a escuta contínua pode ser vista como um elo entre o setor de recursos humanos e os resultados financeiros de uma empresa. Porém, para que essa abordagem seja bem-sucedida, é necessário moderação.
“O processo de escuta contínua não é incentivar o número exagerado de pesquisas, mas sim, criar diálogos e planos de ação executáveis entre os colaboradores.”
3 – Como lidar com o dinheiro
Quando suas finanças estão comprometidas, a produtividade dos colaboradores é afetada. E também ocorre o estresse, provocado por estar diretamente associado a doenças físicas e ao absenteísmo, reduzindo os resultados.
Sendo assim, um dos focos em 2022 para o gestor de pessoas é a criação de programas de educação financeira para apoiar os funcionários a lidarem com dívidas, investimentos e no gerenciamento do seu dinheiro.
4 – Diversidade e inclusão andam juntas
Segundo um relatório de 2020 da consultoria McKinsey, os benefícios da diversidade de um ponto de vista de negócios. O estudo aponta ainda que ouviu empresas de capital aberto da América Latina (incluindo o Brasil). E aquelas com maior diversidade nas lideranças em termos de orientação sexual possuem mais probabilidade (25%) de superar a performance financeira de seus pares.
O mesmo se aplica àquelas com equipes executivas diversificadas em termos de gênero, tendo 14% mais probabilidade de superar a performance de seus pares na indústria. Entretanto, é importante ter em mente que diversidade é diferente de inclusão e é necessário atuar nessas duas frentes.
5 – Home office para a maioria
Em 2022, o home office segue como uma realidade comum. Mas, com ele vem as discussões sobre a flexibilização do trabalho. Portanto, neste caso cabe ao RH e às diretorias das empresas tomarem decisões importantes, como qual será o modelo a ser seguido.
Uma pesquisa feita pela Fortinet revela que 30% das empresas consultadas pretendem implementar o trabalho remoto oficialmente após a pandemia. As companhais desejam manter mais da metade de seus funcionários trabalhando de casa.
*Foto: Unsplash