Empreendedorismo vegano também abrange a disseminação por esse estilo de vida na periferia
O empreendedorismo vegano vai além da abertura de restaurantes. Além disso, é preciso lutar contra a premissa de que é uma escolha cara. Sendo assim, empresários que atuam na área também exploram o setor de beleza e até gerenciam marketplaces.
Empreendedorismo vegano
Contudo, o empreendedorismo vegano também chegou á periferia. É o que revela um perfil de Instagram , criado por dois irmãos, que busca mostrar que adotar o veganismo não é algo necessariamente caro.
A seguir, connheça algumas histórias sobre o tema, publicadas na Folha de S. Paulo.
Produtos livres de crueldade
Esta foi a ideia da dermatologista Monalisa Nunes, 30 anos. Hoje, com 317 mil seguidores no Instagram, é proprietária da clínica Derma Vegan, em São Paulo.
Antes de mais nada, a médica deixa claro que a rotina de skin care é a mesma. Ou seja, limpeza, hidratação e esfoliação. Porém, o que muda é o produto. Neste caso, ela receita produtos livres de crueldade animal. Para ela, o veganismo é um movimento, e não um padrão alimentar. Todavia, Monalisa diz ainda que é preciso uma mudança de hábitos. E ela diz que seu objetivo, na internet, é mostrar como o veganismo pode ser acessível. Há produtos de todos os preços, gostos, cores e estilos. A dermatologista alerta ainda que quanto mais você optar por um estilo de vida que envolve um carinho maior com o planeta, melhor.
Em 2021, ela criou a Derma Vegan, espaço com foco em pacientes veganos, vegetarianos e naturalistas. Além disso, Monalisa criou uma equipe de mulheres, cis e trans, de diversas especialidades, capacitadas para atender esses pacientes. Para colocar a clínica de pé, investiu entre R$ 200 mil e R$ 300 mil.
“Tenho muitos pacientes veganos e vejo que eles procuram esse lugar de paz. Aqui eles sabem que tudo estará alinhado aos seus ideais, desde o café até a consulta.”
Debate na periferia
Por outro lado o setor de PME vegano tem de ser debatido mais na periferia. É o que dizem os empreendedores gêmeos Eduardo e Leonardo Santos, 25. Eles são os idealizadores do perfil Vegano Periférico, com 355 mil seguidores no Instagram, e protagonistas do documentário de mesmo nome.
Eduardo conta q são da periferia de Campinas. E uma vez foi a uma loja vegaba em uma área privilegiada da cidade e lá encontrou pessoas, divulgando o veganismo com camisetas (com mensagens em inglês). Foi aí que ele pensou que “esse movimento não é para mim”.
“Porém, o assassinato de animais, a destruição ambiental pela agropecuária e a exploração humana me fizeram pensar ‘espera aí, o veganismo é para a gente, sim’. É preciso trazer o debate para a periferia, pois são as pessoas daqui que primeiro vão sofrer as consequências dessa cadeia de produção.”
Já para Leonardo, a ideia de o veganismo ser coisa de gente rica ficou no passado. Isso porque ele decidiu cortar a carne de sua alimentação. Consequentemente, ele pssou a gastar muito menos. Portanto, se uma pessoas está numa realidade difícil na periferia, mas que tem as mínimas condições. Ou seja, não depende de cesta básica, ela pode sim ter total condição de se tornar vegana, pois não é caro. Contudo, ele reconhece que há uma questão de machismo nisso também.
Leonardo reveleainda que conversa, com “os moleques na periferia, vemos que parte do receio de não comer carne é porque acham que podem perder a masculinidade. Tanto que 86% dos nossos seguidores são mulheres”.
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*Foto: Reprodução