Ibovespa fecha em queda, com risco fiscal; Bolsas de NY oscilam após instabilidade dos últimos dias
A última sexta-feira (22), fechou de um jeito que o mercado não gosta de ver. Isso porque o Ibovespa perdeu 0,88%, aos 127.027 pontos, perdendo 1.131 pontos. No entanto, a queda não foi suficiente para deixar a semana negativa e o principal índice da Bolsa brasileira acumulou uma alta de 0,23% nos cinco pregões, quebrando uma sequência de três semanas fechando no vermelho. Por outro lado, o dólar terminou em alta de 0,39%, a R$ 4,99, após chegar aos R$ 5 ao longo do dia. E os DIs (juros futuros) terminaram o dia de forma mista – leve alta nos longos e baixa nos curtos.
Ibovespa fecha em queda
O principal vetor para o Ibovespa fechar em queda na sexta foi a preocupação com o fiscal. No mesmo dia, o governo anunciou um bloqueio de R$ 2,9 bilhões no Orçamento para cumprir limite de despesas. O anúncio ocorreu em meio à percepção de que as despesas obrigatórias superarão o montante originalmente definido nas peças orçamentárias. Com isso, o governo projeta déficit de R$ 9,3 bilhões em 2024, dentro da tolerância do marco fiscal. Porém, o mercado desconfia de que a meta precisará ser revista.
Haddad, por sua vez, celebrou o resultado bimestral das receitas e afirma que déficit zero depende de uma harmonização entre os três poderes. A Justiça tem ajudado, com uma prova contundente nesta semana, com derrubada da “revisão da vida toda” – que traria um gastos adicional de cerca de R$ 480 bilhões.
Além disso, os investidores buscam compreender melhor o que foi essa semana de decisões dos bancos centrais. “Investidores estão à procura de orientações nos discursos dos representantes dos bancos centrais, enquanto aguardam a divulgação das atas das últimas decisões de política monetária, nas quais poderemos obter uma compreensão mais clara dos motivos por trás da última decisão e das perspectivas futuras”, disse Diego Costa, chefe de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio.
“O receio quanto à resiliência da inflação nos EUA tem levado à compressão do diferencial de juros com o Brasil, o que contribui para aumentar a percepção de que talvez os juros no Brasil fiquem mais altos do que o esperado, pelo menos no curto prazo”, observou a Levante, e acrescentou que diante do cenário contraditório, a volatilidade tende a aumentar nos próximos meses.
Ibovespa cai mesmo com alta de Petrobras e Embraer
Com a queda do Ibovespa, as ações também foram afetadas. Se de um lado, Petrobras (PETR4) subiu 0,98%, a despeito de mais uma queda do petróleo internacional; e Embraer (EMBR3) decolou 7,93%, com uma “super-tese” positiva de analistas; do outro, houve quedas. A principal é de Magazine Luiza (MGLU3), com baixa de 3,52%, após anúncio de aumento de capital e grupamento de ações 10 por 1. Casas Bahia (BHIA3), por sua vez, despencou 12,93%, com os varejistas sofrendo com recado tido como mais duro do Copom essa semana.
Ações da B3
Além disso, as ações de B3 (B3SA3) também recuaram, com 3,23%, após banco rebaixar recomendação. A Vale (VALE3) também perdeu, com 1,15%, apesar do minério de ferro ter acumulado ganhos na semana.
A temporada de balanços seguiu e Qualicorp (QUAL3) despencou 10,48%, com os números do 4T23; e Sabesp (SBSP3) subiu 1,98%, com lucro e meta de privatização dentro do ritmo.
Nesta semana que é mais curta, por conta da Sexta-Feira Santa, a ata do Copom chega na terça-feira (26) para jogar mais luz no que o Comitê quis dizer em seu comunicado.
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