Com a obrigatoriedade do uso de proteção no rosto em todo o Brasil, a fabricação de máscaras caseiras se torna uma oportunidade de negócio temporária, que pode ser lucrativa.
Desde ontem (7), o estado de São Paulo tornou obrigatório o uso de máscara ao sair de casa, como forma de prevenção contra a propagação da Covid-19.
Máscaras caseiras como oportunidade de negócio
Com a imposição do uso dessa proteção facial, muitas pessoas em todo o país passaram confeccionar suas próprias máscaras. Hoje, há diversos tutoriais na internet de como fazer uma máscara de tecido, por exemplo.
Em declaração à revista EXAME, a dona da loja de roupas Arara Store, Camila Sampaio, jamais pensou que ao anunciar nas redes sociais que venderia máscaras de proteção, faria tanto sucesso. A empresária de Brasília passou a comercializar equipamentos de proteção produzidos com retalhos de confecções passadas e estima a venda de mais de 200 itens por semana:
“Eu vou disponibilizando aos poucos no site e em cerca de 15 minutos elas já esgotam.”
Além disso, por ser um custo baixo de produção, ela destina os recursos arrecadados para a compra de cestas básicas:
“Eu já tinha bastante tecido e elástico e recebi doações de outras lojas que apoiaram a causa.”
A demanda na capital federal aumentou após o decreto do governador Ibaneis Rocha (MDB) que tornou obrigatório o uso de máscaras nas ruas desde o dia 30 de abril.
Máscaras caseiras em São Paulo
Desde ontem em obrigatoriedade, os residentes de São Paulo passaram a usar máscaras caseiras toda vez que precisarem sair de casa.
Pensando nisso, a dona do Ateliê Fofuras e Mimos, Poliana Evangelista, especializada em venda de itens de coração de quartos de bebê, começou a produzir o material de proteção facial para proteger a família. Porém, com o decreto na capital paulista, a empresária passou a comercializar as máscaras:
“Como a demanda pelo meu produto principal caiu bastante, o ateliê está vivendo praticamente da venda de máscara. Com o alto número de pedidos, hoje conto com a ajuda de mais duas pessoas da família para a produção.”
Por dia, Poliana produz em torno de 150 máscaras e vende para todo território nacional:
“Além de São Paulo, a gente recebe muito pedido do Rio de Janeiro, Minas Gerais e até da Bahia.”
Como diferencial de empreendedorismo (PME), a empresária também produz máscaras com proteção para os olhos:
“Faço doação de máscaras em hospitais públicos e lá identifiquei a necessidade de um material que protegesse também os olhos. A partir dessa demanda, resolvi diversificar o produto e comecei a comercializar também outros modelos.”
Proteção facial em Fortaleza
Já em Fortaleza, no Ceará, o uso obrigatório de máscaras caseiras entrou em vigor na quarta-feira (6). Com isso, a artesã Eurides Silva, proprietária do Brigitte Atelier, diz que reconfigurou sua empresa depois de identificar a alta demanda:
“Eu publiquei uma foto nas redes sociais de algumas máscaras que fiz para a minha família e as pessoas começaram a pedir bastante”
Ela já chegou a confeccionar mais de 100 máscaras em um dia.
“A partir do momento em que eu entendi essa necessidade, interrompi a produção dos outros produtos, comecei a focar nas máscaras e para mim tem sido muito positivo, pois assim eu levanto uma renda para a família num momento de crise e ocupo as mãos e a mente nesse momento difícil.”
Vocação de empreendedor
Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles:
“A vocação empreendedora do brasileiro é tão forte que dá gosto ver a capacidade e criatividade dos empresários de pequenos negócios de se adaptarem para superar momentos de crise. Prova disso é que 400 mil empresas conseguiram aumentar o faturamento neste período. Por isso, concentramos toda a rede do Sebrae para dar todo o apoio necessário neste momento.”
Fonte: Revista EXAME
*Foto: Divulgação