Nota de crédito do grupo de varejo Via é cortada pela S&P

Nota de crédito do grupo de varejo Via

Nota de crédito do grupo de varejo Via é considerada negativa, com estimativa que a margem Ebitda fique em 7,5% a 8% para o grupo de varejo em 2022 e dívida sobre Ebitda próxima de 4 vezes

Na quarta-feira (26), a agência de classificação de risco S&P cortou a nota de crédito do grupo de varejo Via, de brAA para brAA-, com perspectiva negativa. E ainda foi citada as dificuldades para a empresa conseguir reduzir alavancagem nos próximos trimestres em razão da deterioração do ambiente macroeconômico.

Nota de crédito do grupo de varejo Via

Em comunicado, a S&P afirmou:

“A perspectiva negativa indica que poderemos rebaixar os ratings em mais de um degrau se a empresa não for bem-sucedida na implantação do seu plano para melhorar margens e manter endividamento pelo menos estável nos próximos 6 a 12 meses.”

A agência disse ainda que em caso desse cenário se confirmar, a dívida líquida ajustada sobre Ebitda “consistentemente acima de 5 vezes e pressões de liquidez por uma fraca geração de caixa”.

Além disso, a S&P espera que margem Ebitda em cerca de 7,5% a 8% para a Via neste ano e dívida sobre Ebitda próxima de 4 vezes.

Vale lembra em que em 2021, a agência revela margem de 6,5%, ante perspectiva anterior de 7,5%. A companhia planeja divulgar seus resultados do quarto trimestre em 9 de março.

Juros

Por outro lado, a agência mencionou a alta dos juros no país, inflação e desemprego atingindo a renda das famílias. E isso poderia impactar a rentabilidade, a geração de caixa e o custo da dívida do grupo detentor das bandeiras Casas Bahia e Ponto.

Porém, a S&P avalia que a Via apresentará alavancagem maior que a expectativa, “devido às elevadas provisões para processos trabalhistas e maior endividamento ajustado”.

Terceiro trimestre

No terceiro trimestre de 2021, a Via estimou que terá em 2022 um impacto em razão de processos trabalhistas de R$ 900 milhões a R$ 1 bilhão, que será seguido por R$ 500 milhões a R$ 600 milhões em 2023.

Na ocasião, a empresa afirmou que monetização de créditos fiscais será suficiente para fazer frente às saídas de caixas decorrentes dos processos.

Todavia, a S&P afirmou em relatório de Henrique Koch:

“Por outro lado, esperamos que a Via apresente menor nível de estoque e alongue prazos com fornecedores, permitindo uma geração de caixa operacional positiva ao final de 2022.”

Nota da Via

Por fim, em comunicado, a Via disse que a S&P manteve o status de grau de investimento da companhia, “nota dada para empresas com capacidade muito forte de honrar compromissos financeiros”.

*Foto: Divulgação