No universo dos investimentos muito se fala sobre venture capital e as consequências do que pode ocorrer nesta modalidade investimento. Neste artigo, iremos explicar como isso acontece e como é seu mercado no Brasil.
O que é venture capital?
O venture capital ou capital de risco é uma modalidade de investimento focada em empresas de até médio porte, que tem alto potencial de crescimento, mas que ainda são muito novas e com faturamento baixo.
Portanto, o objetivo desse tipo de investimento, além de injetar capital na empresa, é também influenciar diretamente no andamento e na gestão do negócio. Com isso, é criado um valor para futura venda de participação acionária na empresa.
Atualmente, este tipo de aporte é mais encontrado em startups brasileiras e estrangeiras, que possuem modelo de negócio escalável. Acontecem rodadas de investimentos, chamadas Seed, Series A, Series B, Series C, e assim por diante, que variam conforme o grau de maturidade da empresa, em valor crescente.
Vale ressaltar que o venture capital se diferencia da modalidade investidores anjo, que investem no estágio inicial, e de investimentos de private equity, que buscam empresas maiores e com maior faturamento.
Mercado brasileiro
No Brasil, o mercado de venture capital ainda está em fase de desenvolvimento. No entanto, ele já é considerado o maior da América Latina e cresce de modo exponencial por aqui. Atualmente, existem no país cinco unicórnios (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão). São elas: Nubank, 99, PagSeguro, Stone e Movile. E este número cresce proporcionalmente ao volume dos investimentos providos pelo segmento de capital de risco.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), o total de capital comprometido pelos fundos de private equity e venture capital já somam R$ 153,2 bilhões, com crescimento médio de 28% ao ano. Apesar da recessão dos últimos anos no Brasil, este tipo de indústria vem crescendo.
Estas informações são relevantes para estas modalidades de investimento, uma vez que são vetores importantes para o crescimento e consolidação de empresas. No entanto, a evolução desse mercado por aqui em relação a países desenvolvidos como os Estados Unidos, ainda é baixo em termos de investimento.
Um exemplo disso é que em 2017, o Brasil encerrou o ano com 344 empresas listadas na Bolsa, ante 6.870 nos EUA. Portanto, se houvesse um investimento no segmento de venture capital e private equity, mais empresas possuiriam potencial para chegar à bolsa de valores, e impactando também no crescimento do país.
Como investir em venture capital
O investimento em capital de risco pode ocorrer da seguinte forma: via companhias de participações; gestores, por meio de Fundos de Investimento em Participações (FIPs), que são fundos estruturados para este fim; e por investidores individuais que possuam capital e vasto conhecimento para investir.
Geralmente, os FIPs operam como um condomínio fechado, ou seja, não é possível que o investidor resgate as suas cotas a qualquer momento, mas sim que venda sua participação para outro investidor através da B3 ou para o próprio fundo. Em virtude disso, o investimento nos FIPs é permitido somente para Investidores Qualificados, que são aquele que têm mais de R$ 1 milhão em investimento, e Investidores Institucionais.
A atuação na área recomenda que o investidor tenha uma visão ampla, para ser capaz de analisar a resistência do setor às mudanças nas variáveis macroeconômicas. Ele também deve estimar o crescimento, além de interpretar as necessidades do mercado consumidor e identificar indústrias de alto potencial, que no Brasil, estão ligadas ao setor de tecnologia.
Para o investidor interessado neste segmento é importante saber que os FIPs podem ser regulamentados ou não. No nicho regulado, a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) é responsável tanto pela regulamentação, quanto pela fiscalização desses fundos, e também de seus administradores.
Vantagens de receber auxílio em forma de venture capital
Receber esta forma de investimento propicia diversas vantagens, são elas:
Suporte na gestão: os investidores que injetam recursos nos FIPs, costumam ter um conhecimento vasto no setor de empreendimentos e podem atuar em cargos de coordenação e gestão na empresa;
Parceria de longo prazo: o venture capital é uma modalidade de longo prazo e feito por pessoas com certa expertise, ou seja, entendem que o sucesso não vem de uma hora para outra;
Conselho fiscal e administrativo: por ser um fundo investimento, pode ser exigida a criação de um conselho com o objetivo de dar suporte à empresa em decisões fiscais e administrativas e ainda facilitar processos burocráticos;
Evolução rápida: com o aporte do venture capital, é natural que aumente as chances da empresa se inserir no mercado de maneira sólida.
Principais investimentos nesta modalidade
O mercado de venture capital já conta com diversos investidores no país. Os principais são instituições públicas, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), criadas na intenção de prover crédito para o desenvolvimento de negócios promissores.
Já as instituições privadas, existem importantes gestores de venture capital atuando. Entre os maiores destaques, está a Monashees, que é conhecida no mercado como caçadora de unicórnios. Ela é um dos pilares centrais para investimentos de empresas expoentes e para líderes em seus segmentos, como Nubank e Rappi.
O cofundador e sócio da Kaszek Ventures, Nicolás Szekazy, responsável por financiar dezenas de startups com levantamentos de fundos milionários no decorrer de 8 anos, a tendência dessa modalidade de investimento é de maior abertura e incentivos para empresas com alto potencial tecnológico, inicialmente focadas na América Latina. Isso é justificado pela vantagem competitiva que há nesta região, representada pela criação de fintechs, aplicativos de venda e compra geral, entregas de comida, entre outras inovações.
Fonte: Site Capital Aberto
*Foto: Divulgação