Podcast ‘99Vidas’ faz parecer fácil falar de videogames antigos

podcast ‘99Vidas’ faz parecer fácil falar de videogames antigos

Podcast foi fundado há dez anos por cearenses que fazem a mediação e edição da conversa de um jeito improvisado e fluído

Em um retorno com força total, o podcast, que é uma mídia antiga tem feito a cabeça de muitos ouvintes. No entanto, muito antes do assunto virar modinha novamente, o porgrama “99Vidas” já fazia conteúdo especializados em jogos de videogame antigos.

Podcast “99Vidas” – início

O podcast cearense foi publicado pela primeira vez em 12 de janeiro de 2010, há exatos dez anos. Atualmente, o programa está bem distante do conteúdo de suas primeiras edições. No início, não durava menos de meia hora e era um bate-papo duplo, feito por Jurandir Filho (também fundador do “RapaduraCast”, de cinema) e Izzy Nobre (youtuber com mais de 500 mil assinantes).

Não demorou muito para o “99Vidas” encontrar o seu formato atual: uma mesa redonda com até duas horas de exibição e periodicidade semanal. A pauta principal do programa são os games antigos. Logo somou-se à dupla os paulistas Evandro de Freitas (participante do podcast “Mosqueteiros”) e Bruno Carvalho (do “Reloading”), ambos com repertório distinto, se compararmos o conteúdo dos fundadores cearenses.

Anos 80 e 90

O quarteto nascido nos anos 1980 possui repertório suficiente para fazer programas que tenham como pauta os jogos dos anos 1990 (como um recente sobre os jogos de Super NES “Wild Guns” e “Actraiser”) e 2000 (“Super Mario Sunshine”, de GameCube). No mês de janeiro, eles costumam debater os melhores jogos do ano anterior.

Os quatro elementos do podcast falam sobre aspectos técnicos e narrativos dos games, além de exporem suas experiências pessoais, como o Carvalho que diz respeitar os sinais de trânsito quando joga “Grand Theft Auto”, fato curioso para um enredo que provoca barbaridades em uma cidade. Já o Jurandir afirma já ter vomitado na locadora com o lançamento de um game.

O clima do podcast “99Vidas” é bem descontraído. Porém, as notas dadas aos jogos que são levadas a sério em veículos de comunicação especializados, no programa cearense servem apenas como escada para brincadeiras.  

O programa pode ser o típico podcast capaz de incentivar o ouvinte a reunir uns amigos e fazer algo similar do gênero.

Conversa flui no podcast

No “99Vidas” a conversa flui em boa parte das quase duas de duração em função do mediador Jurandir. É ele quem possui um ritmo claro, somados a um clima e características de seus companheiros de microfone. E ainda sabe dosar a hora de passar a bola, como um jogador habilidoso, sem deixar de fora alguma provocação ou humor sarcástico.

Jurandir também é o responsável por manter o discurso de forma compreensiva, pedindo explicações para termos herméticos a seus colegas de podcast.

Outro destaque do programa é o editor Edu Murrai, considerado o quinto integrante mudo do grupo. Sua edição é apresentada de modo limpo, sem parecer artificial, com efeitos sonoros mencionados nas conversas, por exemplo, além de trilhas escolhidas a dedo e que representem o universo do videogame.

Para quem realmente entende de games, reconhecer uma música como “Scars of Time” de “Chrono Cross”, isso pode até roubar o holofote do bate-papo em certos momentos.

Financiamento coletivo

Em 2015, podcast “99Vidas” chegou a lançar um game próprio por meio de financiamento coletivo, em que os integrantes do programa são os super-heróis do enredo.

A iniciativa arrecadou mais de R$ 120 mil naquele ano e atualmente o game desenvolvido pela paulista QUByte está disponível nas principais plataformas, como PlayStation 4, Xbox One e Switch.

Porém, o jogo não consta do Super NES, GameCube nem em qualquer outro console antigo debatido no programa, pois nostalgia possui limite sim.

Fonte: Folha de S. Paulo – Nerdices

*Foto: Divulgação