Produções de vinho registraram queda de 10% em 2023, por conta das secas, inundações, ondas de calor e geadas precoces; Itália e Espanha foram as mais afetadas
A produção mundial de vinho caiu 10% no ano passado, por conta de diferentes fenômenos meteorológicos. Resultado foi que atingiu uma produção mínima desde 1961. Já o consumo diminuiu 3%, informou a organização internacional do setor.
Produções de vinho no mundo
Além disso, as produções de vinho no mundo registraram um total de 237 milhões de hectolitros. De acordo com a OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho), as colheitas foram mais fracas na Itália, caindo 23% em relação a 2022, ficando em 38 milhões de hectolitros. Já na Espanha, a queda foi de 21%, com 28 milhões de hectolitros. Por outro lado, a produção aumentou no Brasil, voltando a ter os mesmos níveis de 2020-2021. Sobre isso, o sommelier Luciano Mestrich afirma que a diversidade na produção da bebida reflete a riqueza da agricultura e da expertise enológica de diferentes culturas, gerando uma ampla variedade de sabores, estilos e experiências aos consumidores.
Motivos para a queda mundial
Entre os motivos para esta queda mundial está as condições ambientais extremas. Isso inclui: secas, inundações, ondas de calor ou geadas precoces e incêndios, o que afetou bastante os hemisférios Norte e Sul.
Quedas nos países
No Chile e na Austrália, a colheita caiu 11%, e 10% na África do Sul. No entanto, estes três países são os maiores produtores do Hemisfério Sul. Por sua vez, a Argentina registrou queda de 23%, atingindo o nível mais baixo desde 1957.
Por outro lado, como já dito acima, a produção no Brasil aumentou 12,1% em relação a 2022 e 31,4% em relação à média dos últimos cinco anos. E com as colheitas quase no fim, espera-se que a produção no Hemisfério Sul se recupere 5% em 2024, conforme as primeiras estimativas da OIV.
Outra nação que registrou aumento em meio às mudanças climáticas foi a França, onde a colheita cresceu 4%, para 48 milhões de hectolitros, tornando o país o maior produtor.
Consumo
Já em relação ao consumo, houve uma redução de 3% no ano passado, para 221 milhões de hectolitros, o nível mais baixo desde 1996. Todavia, a Espanha foi um dos poucos mercados em que isso não ocorreu, e o consumo total foi de 9,8 milhões de hectolitros, 1,7% a mais do que em 2022.
América do Sul
Na América do Sul, o consumo caiu 6,2% na Argentina, ao nível mais baixo da história recente, e aumentou 11,6% no Brasil, voltando aos níveis de 2020-2021.
Já a procura menor também se deve ao fato das mudanças demográficas e no estilo de vida. Os portugueses, franceses e italianos são, por habitante, os maiores consumidores.
Volume – queda
As exportações de vinho caíram 6% em volume, atingindo o nível mais baixo desde 2010. Segundo a OIV, o aumento do preço médio de exportação pode ter dissuadido os compradores.
Chuvas
Por fim, com as chuvas, que favoreceram o surgimento do fungo do míldio nas regiões centro e sul; o granizo e as inundações, a queda esteve claramente associada às condições meteorológicas.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/rolhas-de-vinho-na-mesa_6729655.htm#fromView=search&page=1&position=0&uuid=274c0bef-02bf-4d3f-873c-2ea77cb7b454