Quiet quitters diz respeito a empregadores monitorarem seus funcionários remotos porém, para lideranças, essa não é a melhor estratégia
Atualmente, trabalhar remotamente é um atrativo para candidatos a vagas de emprego. E iddo para quem começa uma carreira agora ou já está há décadas no mercado. De acordo com uma pesquisa da Conductor, que analisou o volume de pesquisas no Google sobre o assunto, em 2021 a busca por “empregos remotos de nível básico” aumentou 309% até 18 de agosto de 2022. Entretanto, com o termo ‘quiet quiting’– demissão ou desistência silenciosa – em alta, o que demonstra um declínio na produtividade, alguns empregadores estão recorrendo a formas de monitorar seus funcionários remotos e a produtividade deles no trabalho.
O que é quiet quitters?
Além disso, o tema quiet quitters faz com que os funcionários de uma empresa pensem que seu local de trabalho se pareça com o Big Brother de George Orwell daqui em diante?
Segundo Pat Petitti, economista e CEO da empresa de tecnologia Catalant, as ferramentas de vigilância de funcionários medem apenas o quão ocupados eles estão, mas não a produtividade – e há uma diferença importante entre os dois.
“Embora monitorar a produtividade possa parecer um exercício de eficiência, isso ocorre às custas da autonomia e da confiança do funcionário, e apenas em um nível pessoal parece desrespeitoso e condescendente.”
Petitti diz ainda que as empresas que vigiam seus funcionários não têm um problema de produtividade, mas sim de cultura.
“Nós não usaríamos uma ferramenta como essa ou incentivaríamos nossos clientes a usá-la”, diz. “Como cliente, eu realmente me importo se um freelancer está fazendo pausas para ficar focado? Eu me importo com a forma que ele organiza o trabalho? De jeito nenhum. Se o objetivo é claro, cabe a ele saber como alcançar de forma produtiva, e só ele sabe a melhor forma de usar seu tempo.”
Visão dos especialistas
Apesar de a demissão silenciosa deva alarmar os funcionários, ele diz que é um ponto de inflexão para os líderes fortalecerem seus negócios e torná-los um lugar onde os funcionários adoram trabalhar. Neste caso, criar um clima de vigilância é a modo errado de resolver a situação. Em vez disso, Jackson descreve três direções que os empregadores devem seguir:
Nem mais nem menos – Nas descrições de cargos, devem constar exatamente as expectativas exatas de uma função. Se um gerente perceber que alguém em sua equipe está indo além disso, isso deve ser recompensado com uma lista maior de responsabilidades, alteração de cargo, aumento de salário e equipe de apoio, se necessário.
Incentivar e respeitar os limites trabalho/vida – A desistência silenciosa nasce do esgotamento. A alta administração e os líderes empresariais devem estabelecer limites e consequências para quem desrespeitá-los. Portanto, em conjunto com as táticas de reconhecimento, é essencial para evitar o esgotamento e cultivar uma cultura em que os profissionais possam prosperar.
Novas formas de trabalho – O quiet quitting tem o potencial de trazer uma nova era de inovação. Os funcionários estão abandonando o estresse que se infiltrou em outros aspectos de suas vidas. E isso pode desencadear novas formas de trabalho que priorizam métodos intuitivos, aliviam a ansiedade e eliminam as normas que não estão servindo à integridade do trabalho.
Novo manual de trabalho
Para o CEO e fundador da agência de recrutamento Ph, Bryan Adams, à medida que os líderes criam um novo manual para o trabalho, eles devem se concentrar no bem-estar como uma ferramenta essencial.
“Os líderes devem fornecer mais flexibilidade e benefícios que atendam aos novos requisitos básicos para o bem-estar real.”
Paixão ou motivação
Por fim, para o presidente e CEO da BrainsWay, Chris von Jako, empresa que desenvolve equipamento médico, concorda com os demais. Para ele, a demissão silenciosa não está associada à falta de paixão ou motivação, é uma proteção em torno da saúde mental, mesmo que subconsciente.
“Reavaliar os processos com feedback em tempo real dos funcionários, emitir pesquisas e coleta de feedback anônimo sobre o que os funcionários realmente querem das suas funções e, em seguida, trabalhar juntos para implementar as mudanças apropriadas, como horários de trabalho flexíveis, opções de trabalho híbrido, dias mensais de saúde mental e implantação de políticas mais rígidas sobre mensagens fora de horas de expediente. No geral, temos que começar ouvindo e estar prontos para abraçar a mudança.”
*Foto: Reprodução