Quitação do cartão usado no exterior vale pelo dólar do dia da compra

quitação do cartão usado no exterior vale pelo dólar do dia da compra

Prática do cartão entrou em vigor ontem (1) para compras internacionais

Desde ontem (1), quem for para o exterior e realizar compras com o cartão de crédito poderá pagá-las com a cotação do dólar no preço do dia da compra.

Cartão de crédito com a cotação do dólar do dia da compra

O motivo desta aplicação, segundo Banco Central (BC), tem a finalidade de reduzir a imprevisibilidade. Portanto, a instituição modificou as regras que regulamentavam as operações desse tipo no país. Isso acontece justamente em um período em que o dólar está mais valorizado que o real.

Antes, geralmente, o valor do dólar usado nestas transações era o da data de fechamento da fatura do cartão de crédito. Agora, segundo o BC, cada banco deverá oferecer a cotação na data da compra ou no fechamento da fatura, deixando a decisão para o cliente.

Conforme a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), as instituições irão, automaticamente, passar a operar com o fechamento do dia da compra. Porém, quem achar que o modo anterior era mais vantajoso deverá pedir a alteração.

Além disso, o valor do dólar cobrado também deverá adotar a taxa Ptax, informada diariamente pelo Banco Central.

Qual data vale a pena?

O UOL ouviu especialistas, que disseram que em decorrência da previsibilidade, a vantagem fica por conta do cliente usar o fechamento do dólar no dia da compra a partir de agora, como explica o educador financeiro Reinaldo Domingos:

“O fechamento para a data da compra é mais assertivo no universo da educação financeira. Ter previsões assertivas ajudam demais a planejar financeiramente seus números e o quanto realmente você gastou.”

Em seu ponto de vista, é sempre incerto saber onde o dólar estará ao final do mês:

“A única desvantagem é que o dólar pode cair. Então, a moeda pode sair de R$ 4,50 para R$ 4,15. Mas, caso ele vá para R$ 5, você vai pagar a diferença.”

Já para o diretor de Operações de Câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, o turista não deve brincar de adivinhar o valor da cotação do dólar no futuro para saber quanto pagará de fatura do cartão de crédito:

“Não indicamos pagar no fechamento da fatura, pois é um risco muito grande, e mercado futuro é mais para especialistas.”

Prefira dinheiro ao cartão de crédito

Apesar das alterações na cobrança, os especialistas recomendam gastar uma parcela menor no cartão de crédito, reservando a maior parte das despesas para utilizar dinheiro vivo, na intenção de fugir do IOF (Imposto sobre Operação Financeira) maior, como afirma Cavalcante:

“Indicamos que o turista tenha de 80% a 90% em dinheiro, pois o IOF do cartão é 6,38% e o de dinheiro é 1,1%.”

Além disso, a compra do dólar deve ser feita aos poucos. Desta forma, o turista conseguirá um preço médio da cotação da moeda americana em relação ao real e ainda evitar surpresas de última hora. Na prática, se for viajar daqui a três meses, compre um pouco por mês, em de tudo de uma só vez dias antes da viagem.

Taxa Ptax

Além do dia da compra, que deve dar mais previsibilidade ao consumidor, outra alteração é a de qual cotação do dólar será usada para a cobrança.

Segundo a reportagem do UOL, dos cinco maiores bancos do país, em todos eles o padrão é que a taxa do dólar cobrada será a Ptax mais um spread. Portanto, não adianta acompanhar o dólar comercial ou turismo, porque os preços diferem dos que serão praticados pelas instituições financeiras.

Todos os dias o Banco Central calcula a taxa Ptax com base na média das taxas praticadas pelas principais entidades de câmbio do Brasil, e o valor da Ptax pode ser consultado via site do BC.

Já o spread é a diferença entre o que o banco paga pelo dólar e o quanto venderá ao cliente final, além de cobrir gastos operacionais e lucro da instituição.

Com isso, a cotação dessa quantia Ptax mais spread deverá constar nas plataformas de comunicações dos bancos emissores dos cartões de crédito de firma transparente aos clientes, afirma o BC.

Fonte: UOL

*Foto: Divulgação