Com a pandemia do novo coronavírus, muitos brasileiros tiveram que usar toda reserva de emergência (aplicação de liquidez imediata pronta para ser resgatada) para despesas inesperadas. Apesar do baque ser menor neste tipo de situação, a ideia é ter de poupar de novo para não perder tempo em obter praticamente a somatória anterior novamente.
Neste artigo serão dadas dicas de como é possível poupar em meio à pandemia.
Poupar de novo – por onde começar?
O primeiro passo para poupar de novo a reserva de emergência perdida é redefinir seu orçamento. Neste quesito entram: contas atrasadas, pagamento de empréstimo, dinheiro que deixou de entrar. A pandemia vai causar grandes impactos. Porém, passada a crise é necessário identificar qual é o seu novo normal em termos de orçamento.
Outra dica é adiar planos de consumo, como trocar de carro, realizar a viagem dos sonhos ou estudar fora do país. Todas essas atividades são menos importantes que refazer sua reserva de emergência.
Por fim, seja mais conservador do que antes. Na prática, se sua reserva antes da pandemia cobria três meses de despesas fixas, por exemplo, tente expandir este período, ao colocar um mês a mais a fim de poupar de novo de modo mais rápido, ou simplesmente se precaver melhor.
Investimentos para poupar de novo
Após a definição de comportamento atual para poupar de novo a reserva perdida, o próximo passo é definir onde os recursos serão investidos. Neste caso, é importante levar em consideração os juros e preços mais baixos, reforçam consultores financeiros.
Além disso, é importante pensar também em aplicações sem riscos de desvalorização, visto que muita gente se prejudicou na Bolsa, pois teve que sacar recursos durante a pandemia, exatamente no momento em que as ações estavam em baixa. Dinheiro para emergência não pode estar sujeito a variações negativas. Portanto, para este tipo de reserva, não entre em ativos, como Bolsa, ouro, dólar e até fundos de investimento que possam oscilar para baixo, como os multimercados e o crédito privado.
Apesar da inflação estar baixa no Brasil atualmente, não se deve arriscar. Em vez disso, dê preferência a ativos que têm parte do rendimento ligado a índices de preços. É o caso dos títulos do Tesouro Direto que seguem o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Na prática, se uma crise estourar no país e a inflação sair de controle novamente, pelo menos seus investimentos vão acompanhar os preços da vida real.
Lições da pandemia
A crise provocada pela Covid-19 mostrou também de que não adianta você ganhar um pouco mais em determinada aplicação se tiver de esperar dias para sacar os recursos. Portanto, é preciso optar por aplicações que possibilitem o saque imediato, ou para o dia seguinte à solicitação, sem perda de rendimento. Isso envolve CDBs, fundos DI e títulos do Tesouro Direto (modalidades de renda fixa).
Já a poupança (como a previdência privada, que pode ser trocada a depender do caso), vale lembrar, pode perder o rendimento do mês se o saque for realizado antes da data de aniversário do depósito.
Rendimento do CDI
Com a taxa básica de juros no Brasil em patamares mínimos históricos (3% ao ano) e com expectativa de que caia ainda mais, a reserva de emergência precisa ao menos acompanhar o já baixo CDI, para poupar de novo o que foi perdido.
De acordo com Bernardo Pascowitch, fundador da plataforma de comparação de investimentos Yubb, em declaração ao UOL:
“Encontram-se facilmente no mercado produtos com rentabilidade de no mínimo 100% do CDI, caso dos CDBs, por exemplo, com liquidez diária, ou Tesouro Selic, modalidade mais segura do Tesouro Direto.”
No entanto, ele ressalta que o título do Tesouro Direto custa ao investidor a taxa de custódia da B3, de 0,25% ao ano.
Fonte: UOL
*Foto: Divulgação