Entenda as modalidades de renda fixa

entenda as modalidades de renda fixa

Esta opção pode significar também poder ganhar mais que a Selic ou o CDI; confira as modalidades de renda fixa

Quando falamos de renda fixa e a levamos ao pé da letra, automaticamente podemos pensar que se trata de um investimento seguro e que sua rentabilidade é conhecida, e que não existe a chance de perdas. No entanto, esses fatores de atributos são raros. Neste artigo vamos abordar as modalidades de renda fixa para melhor entendimento.

Modalidades de renda fixa

No quesito aplicação segura, é importante ressaltar que os títulos de renda fixa são títulos de crédito, ou seja, um empréstimo que o investidor faz ao emissor do título, que pode ser exposto à probabilidade de calote em maior ou menor escala.

Como gerir esse risco? A resposta diz respeito aos títulos públicos que são considerados livres do risco de crédito, àqueles emitidos por instituições financeiras, por exemplo, são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), e os demais não são protegidos.

Para os que preferem fixar a rentabilidade, há duas opções: as aplicações de taxa pós-fixada, que pagam certo percentual da Selic ou do CDI (como as fintechs), e os títulos de taxa prefixada, desde que mantidos até o vencimento.

A Letra Financeira do Tesouro (Tesouro Selic) paga 100% da taxa Selic e oferece liquidez diária. Títulos emitidos por instituições financeiras, como CDB, LCI e LCA, pagam determinado percentual do CDI e podem ser negociados com ou sem liquidez (relembre aqui quando a renda fixa está a juro baixo). Neste caso, o investidor não sabe quanto vai ganhar em termos absolutos, porém, sabe que ganhará um percentual da taxa de referência, seja ela qual for.

Já para os interessados em ganhar um pouco mais a sugestão é conhecer e analisar alternativas de taxa prefixada. No entanto, vale lembrar que para evitar surpresa é recomendável aguardar o vencimento do título. Antes desse prazo, o valor é estipulado pelo mercado, e não pela taxa fixada no dia da compra.

Na prática

A Letra do Tesouro Nacional 2023 (Tesouro Prefixado) pagava 4,63% ao ano em 20/5/2020. Um título inteiro, com vencimento em 1º/1/2023 e valor de resgate de R$ 1.000,00, custava R$ 888,53. O Tesouro Prefixado 2026, com rentabilidade de 7,20% ao ano, custava R$ 676,97 para resgatar R$ 1.000,00 em 1º/1/2026.

Em relação ao dinheiro destinado a aplicações de longo prazo que visam proteção contra a inflação, a Nota do Tesouro Nacional série B (Tesouro IPCA+) é a escolha mais assertiva. A NTN-B 2035, com vencimento em 15/5/2035, pagava juros de 4,42% ao ano acima da variação do IPCA. A NTN-B mais curta, com vencimento em 2026, juros de 3,33%.

Para títulos privados, emitidos por instituições financeiras e não financeiras (debêntures), com rentabilidade superior à 100% do CDI, são oferecidas por bancos e em plataformas de investimentos. Nesse caso, é necessário avaliar o risco de crédito do emissor, além da possibilidade de manter o título até o vencimento.

Quem não deseja correr risco de crédito deve escolher por aplicações garantidas pelo FGC, analisado o limite e também a aquisição de títulos privados emitidos por empresas não financeiras que não contam com essa garantia.

Se houver desejo em resgatar os recursos antes do vencimento, aplicações de taxa prefixada devem ser evitadas. A liquidez, mesmo que disponível, será ofertada de acordo com condições de mercado, sendo desprezada a taxa contratada.

Por fim, as aplicações em fundos de investimento e de planos de previdência, que engloba as modalidades de renda fixa, não possuem vencimento e estão expostas à flutuação de preços. Em suma, o cotista compra e vende as cotas ao preço do dia, não sendo possível predeterminar o vencimento nem o valor de resgate.

A partir desses esclarecimentos, procure diversificar, ou seja, invista um pouco em cada modalidade de aplicação, conforme seus objetivos de investimento, perfil de risco, tempo para o resgate e necessidade de liquidez.

Fonte: Folha de S. Paulo

*Foto: Divulgação