99 Food planeja tornar delivery um hábito diário para os brasileiros

99 food planeja tornar delivery um hábito diário para os brasileiros

99 Food cresceu consideravelmente no Brasil em 2020

A pandemia de Covid-19 fez o brasileiro criar o hábito de pedir comida pelo serviço de delivery. De acordo com pesquisa da Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, os principais aplicativos de comida cresceram 94,67% em comparação com os meses de janeiro a maio de 2019.

Portanto, este aumento se mostrou favorável às empresas do setor. E isso vale até para as recém-chegadas ao Brasil. Este é o caso da 99 Food, que expandiram seus negócios por aqui consideravelmente. Em termos percentuais, a empresa registrou alta de 35% no volume mensal de pedidos registrados a partir do mês de abril de 2020.

99 Food no Brasil

Pertencente ao grupo do aplicativo de transporte, a 99 Food chegou ao Brasil em dezembro de 2019, operando apenas em Belo Horizonte. No entanto, de lá para cá, atualmente já são 21 cidades cadastradas na plataforma, em todas as regiões brasileiras.

Estratégia de expansão

Além disso, sua estratégia de expansão ganhou força especialmente no segundo semestre deste ano. Na ocasião, 13 novas cidades passaram a ser atendidas pelo serviço. Sendo assim, em um ano de operação a companhia registrou um aumento de mais de 2.000% no volume de pedidos. Essa alta foi puxada, é claro, pela ampliação da empresa. Sobre isso, Danilo Mansano, diretor-executivo da 99Food, declarou à revista EXAME:

“Nós temos mais tempo operando em um ambiente de pandemia do que sem ele. Nossa estratégia de expansão não foi modificada em nenhum momento, graças ao aprendizado contínuo das equipes envolvidas, ao desenvolvimento da nossa capacidade tecnológica e à priorização dos pequenos empresários, refletindo a cultura local.”

Dedicação das equipes

O diretor-executivo afirma que o crescimento da 99 Food se deve muito à dedicação das equipes que trabalham com os restaurantes. Além de conexão da capacidade tecnológica que a companhia já possui. Porém, a necessidade de estabelecer como diferencial a valorização da cultura local demanda estreita parceria com os pequenos empreendedores. Este é um ponto sempre pensado pela 99 Food.

Com isso, a empresa desenvolveu algumas ações, como: adotar um repasse semanal para os restaurantes parceiros (enquanto os apps concorrentes o fazem de forma mensal), ausência de exclusividade e de taxa de ativação. Ou seja, os parceiros da 99 Food não pagam para entrar no aplicativo.

Em relação ao percentual cobrado por cada venda, o executivo afirma que a taxa da empresa está em linha com a média de mercado, sem abordar valores absolutos.

Outros serviços

Em contrapartida, a empresa estuda no futuro oferecer aos restaurantes serviços de fotografia. O objetivo seria para melhorar a divulgação dos estabelecimentos na plataforma, sem custo para os parceiros da 99 Food.

Por outro lado, a companhai também mira as grandes marcas. Hoje, a startup possui parcerias com Burger King, Madero, Kopenhagen, Mr. Cheney Cookies, Subway, Bobs, Spoleto e Giraffas.

Mansano explica que a entrada dessas gigantes dentro da plataforma trouxe a recorrência de clientes. Ele não divulga números em relação a esta mudança. Mas diz que foi um impacto positivo gerado neste ano.

Entregadores

Além disso, o diretor destaca a importância dos entregadores no serviço de delivery:

“Eles são um pilar fundamental para a nossa operação. Trabalhamos com repasses semanais para eles e queremos fazer com que sejam diários em breve. Além disso, desenhamos nosso produto para ter quatro modalidades de entrega, visando à democratização das entregas.”

Sobre as discussões em torno da regulamentação da profissão de entregador, Mansano conta que a 99 Food está disposta a colaborar com os trabalhadores, oferecendo benefícios como o seguro a partir do momento em que passam a realizar entregas, além da inclusão no fundo de US$ 10 milhões criado pela 99 para apoiar motoristas.

Seu principal concorrente, o iFood, anunciou a criação de um fundo para acelerar a vacinação de diferentes entregadores. A companhia já contribuiu com R$ 10 milhões e almeja chegar a R$ 100 milhões.

Consumidores

Por fim, quando o delivery chega à casa do consumidor, a 99 Food diz que o atendimento continua sendo um pilar essencial. E que também se esforça para tentar entender hábitos locais. Um exemplo disso, é que por meio de gestão de dados, a empresa descobriu que os pratos mais pedidos em sua plataforma são: Hambúrgueres, Açaí e Pizza. E que as cidades que mais consomem, em ordem decrescente, são: Belo Horizonte, Divinópolis, Varginha, Curitiba e Goiânia. Mansano completa:

“Um ponto que nos surpreende é o crescimento rápido de Recife. A operação na cidade começou em novembro e, atualmente, já está ultrapassando a primeira colocada.”

Futuro

A empresa pretende aumentar sua base dentro do mercado brasileiro. para isso, o delivery por aplicativo pode se tornar um hábito. Hoje, o Brasil gera 50 milhões de transações relacionadas ao delivery de alimentos por app. Enquanto isso, na China, em um único dia, 70 milhões de pedidos são realizados. Isso se explica pelo fato de o país asiático ter um percentual de restaurantes cadastrados em apps muito alto (quase 70%). Já no Brasil, 30%.

Além disso, os dias de pico no Brasil são no final de semana, e na China, são em dias úteis, na hora do almoço.

Preço pós-pandemia

A empresa se pergunta como ficará essa euforia pelo delivery num período pós-pandemia. Será que vai permanecer? A empresa se mostra otimista sobre esta questão. Isso porque segundo um estudo da consultoria Bain&Company, consumidores brasileiros estão muito propensos a manter o hábito de seguir comprando alimentos por delivery, mesmo com o fim da pandemia.

*Foto: Divulgação