Ações do Ibovespa em fevereiro: apenas 11 de 88 subiram

Ações do Ibovespa em fevereiro

Ações do Ibovespa em fevereiro que subiram tem boa parte dos papéis vindo de commodities; Itaú e Natura estão na lista

O mês de fevereiro foi bastante negativo para a bolsa brasileira. Isso porque apenas 11 das 88 ações do Ibovespa subiram neste período. Entre as que ganharam, boa parte foram companhias vinculadas a commodities, como: São Martinho (SMTO3) e Ultrapar (UGPA3), ou conservadoras em seus modelos de negócio, como WEG (WEGE3) e Itaú (ITUB3, ITUB4). Essas empresas chamam a atenção em ambientes difíceis como o atual, pois são menos sensíveis ao mercado brasileiro.

Ações do Ibovespa em fevereiro

De acordo com Phil Soares, chefe de análise de ações da corretora Órama:

“A lista dos melhores papéis teve uma composição típica de um mês de piora na perspectiva econômica, sem nada muito exposto a juros e tecnologia.”

Além disso, as ações do Ibovespa em fevereiro para empresas com balanços positivos divulgados neste mês se destacaram. São elas: Multiplan (MULT3) e Tim (TIMS3). É o que explica Enrico Cozzolino, chefe de análise e sócio da casa de análises Levante Investimentos.

“Em um cenário desafiador, ressalta-se o mérito da gestão de companhias.”

E ainda acrescentou:

“Mas a maioria das empresas andou para baixo devido ao cenário macroeconômico e à falta de clareza sobre os gastos do governo e a meta de inflação, que causam aversão a risco.”

11 ações que ganharam em fevereiro

A seguir, confira as 11 ações que ganharam em fevereiro e o contexto que contribuiu para cada um desses papéis estar no ranking.

1 – São Martinho (SMTO3)

Após ter um 2022 difícil, a ação da São Martinho, comerciante de açúcar, álcool e seus derivados, começou a se recuperar. A empresa divulgou que passará a produzir etanol a partir de milho, o que eleva a capacidade produtiva, e o mercado gostou disso, afirma, Leandro Petrokas, diretor diretor de análise de investimentos e sócio da casa de análises Quantzed.

Além disso, o governo vai retomar a cobrança dos impostos federais sobre os combustíveis, usando estratégia que levará a gasolina a pagar mais tributos do que o etanol. Essa reoneração tende a melhorar a competitividade do etanol e beneficiar a empresa.

2 – Multiplan (MULT3)

A Multiplan, especialista em empreendimentos imobiliários, lucrou R$ 239 milhões no quarto trimestre do ano passado, uma alta de 11,9% em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior. Entre janeiro e dezembro de 2022, a companhia lucrou R$ 769,25 milhões, aumento de 69,8% em relação a 2021, um resultado recorde para a empresa.

3 – Natura (NTCO3)

A Natura acumula valorização das ações no ano com as negociações que a companhia vem realizando para vender uma participação na Aesop.

Vale lembrar que a empresa anunciou em outubro do ano passado que estudava uma eventual cisão da Aesop, com possibilidade de uma oferta inicial de ações, para destravar valor da marca. Conforme o Citi, a Aesop é o ativo da Natura que possui maior lucratividade e maior velocidade de crescimento.

4 – Tim (TIMS3)

A Tim, prestadora de serviços de telecomunicações, registrou recuo de 47% no lucro no quarto trimestre do ano passado, para R$ 538 milhões. Mesmo assim, os resultados da companhia vieram alinhadas às expectativas e os dividendos 15% acima do que os analistas previam surpreenderam os investidores.

Recentemente, anunciou que a Andrea Viegas assumirá o cargo de diretora financeira. O nome foi bem recebido, considerando a experiência de 20 anos da executiva no setor de telecom e o conhecimento sobre a companhia, onde ocupava até agora a diretoria de planejamento e controle.

5 – WEG (WEGE3)

A WEG, comercializadora de motores elétricos e equipamentos de energia se destacou também. O aquecimento dos negócios da companhia tanto no Brasil quanto nos principais países em que atua no exterior ditou o balanço  da empresa no quarto trimestre de 2022.

E ainda tem a melhora nos custos e estabilização no fornecimento de commodities. Tudo isso contribuiu para o desempenho da WEG, que obteve lucro de R$ 1,19 bilhão no período, alta de 36,5% em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior.

6 – Suzano (SUZB3)

A ação da Suzano, produtora de papel, continua descontada mesmo depois da correção nos preços da celulose, segundo analistas.

7 – Klabin (KLBN11)

A maior produtora e exportadora brasileira de papéis de embalagens e líder em caixas de papelão ondulado, a Klabin, encerrou 2022 com lucro líquido atribuído aos sócios da controladora de R$ 4,69 bilhões, uma alta de 55,3% frente ao apurado no exercício anterior, beneficiada pela forte melhora do desempenho operacional.

8 – Embraer (EMBR3)

A Embraer ainda não divulgou seu balanço do quarto trimestre do ano passado. Porém, já reportou 80 jatos vendidos no período, praticamente metade do valor total de 2022.

9 – Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil registou lucro ajustado de R$ 9,04 bilhões no quarto trimestre, aumento 52,4% em relação a igual período de 2021. Para analistas, o perfil defensivo da carteira de crédito da estatal seguiu prevalecendo e, apesar do índice de inadimplência ter crescido, continua abaixo dos pares. Além disso, o resultado da instituição financeira foi impulsionado por uma forte receita líquida de juros.

10 – Ultrapar (UGPA3)

A Ultrapar, distribuidora de combustíveis e gás, está promovendo uma alteração significativa em sua governança. Após concluir a revisão dos negócios e vender a Oxiteno e a Extrafarma, a companhia vai renovar mais de 50% do conselho de administração, que passa a ter um perfil mais alinhado ao propósito da empresa de atuar como holding de participações.

11 – Itaú Unibanco (ITUB4)

Por fim, analistas classificaram como positivos o balanço do Itaú no quarto trimestre. O Credit Suisse afirmou que os resultados são uma prova do poder de execução do banco e disse que acredita fortemente que a performance operacional da instituição financeira continuará se deslocando da de outros pares do setor privado, em maio ao aumento da inadimplência.

*Foto: Reprodução/Unsplash (Csaba Nagy)