Trabalho não linear: você está preparado para as carreiras do futuro?

Trabalho não linear

Trabalho não linear, com constantes mudanças no mercado, faz com que profissionais não fiquem presos ao que planejaram para suas trajetórias anos antes

É natural que durante a faculdade a pessoa trace uma carreira de modo linear. Por exemplo, se quer ser um advogado, é reciso se formar em boas universidades, estagiar em um bom escritório e depois se esforçar para ficar sócio do mesmo.

Trabalho não linear é o futuro

No entanto, as coisas nem sempre saem como planejamos. Isso porque talvez você complete a graduação em direito, mas não passe no exame da OAB. Pode chegar a trabalhar em um bom escritório, porém, não pode ser demitido após alguns anos por corte de gastos. É justamente num caso assim que entra o trabalho não linear como forma de um novo passo na carreira.

Uma carreira não-linear é diferente de mudar de emprego com frequência. Essa tendência pode sugerir que você está mudando de empregos sem muito critério. Entretanto, carreiras não-lineares são escolhas intencionais. Sua trajetória profissional pode não ser uma linha reta, mas ainda envolve um pouco de planejamento.

Além disso, com funcionários enfrentando um mercado de trabalho em constante mudança, carreiras não-lineares estão virando o novo normal.

Motivos

A seguir, conheça quatro possíveis razões para este movimento não linear, elencadas pela Forbes.

1 – As pessoas estão trabalhando por mais tempo

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 1 a cada 6 pessoas terão mais de 60 anos em 2030. Em 2050, essa parcela deve dobrar. Com as pessoas vivendo mais, a carreira tradicional que dura 40 anos vai, lentamente, se tornar ultrapassada. É mais provável que as carreiras durem 60 anos.

Mas, se as pessoas continuarem na força de trabalho por tanto tempo, precisarão encontrar empregos que as satisfaçam mais para não terem burnout. Raras serão aquelas que irão ficar no mesmo emprego por 60 anos, já que suas necessidades e interesses mudam com o passar do tempo. Isso significa que trajetórias profissionais não-lineares que requerem contínuo aprendizado e desenvolvimento de habilidades serão muito mais comuns.

2 – Valores e prioridades mudaram

Não há dúvidas que valores e comportamentos mudaram durante a pandemia. Uma pesquisa da consultoria corporativa Gartner revela que 65% dos entrevistados concordam que a pandemia mudou suas perspectivas sobre a importância da vida fora do trabalho, enquanto 50% disse que suas expectativas em relação aos seus empregadores também mudaram.

E hoje, quando as pessoas pensam no ambiente de trabalho ideal, elas querem ser valorizadas, reconhecidas e inspiradas. Como resultado disso, as carreiras não-lineares que oferecem esses benefícios se tornarão mais comuns.

3. Habilidades importam mais

Nos últimos anos, as empresas têm dado mais importância à contratação conforme as habilidades. Ou seja, na qual valorizam mesmo aqueles que não têm graduação ou um número mínimo de anos de experiência.

Essa é uma nova tendência do mundo corporativo por várias razões. Primeiro, porque as companhias estão com dificuldades para atrair e reter os talentos melhor qualificados. Um recrutamento com base em habilidades expande o banco de talentos, torna a contratação mais rápida e reduz os custos desse processo.

Além disso, esse é um ótimo modo de aumentar a diversidade, equidade e inclusão no ambiente de trabalho por romper os obstáculos que fazem as pessoas serem desconsideradas de vagas para as quais elas são qualificadas. Portanto, candidatos com trajetórias não tradicionais e os autodidatas que mudam de carreira vão ter melhores oportunidades daqui para frente.

4 – O ambiente de trabalho está se desenvolvendo rapidamente

Esse é um momento difícil para o mercado de trabalho com as indústrias tentando preencher as lacunas presentes nas suas forças de trabalho. Sendo assim, ao longo da próxima década, o ambiente profissional irá mudar drasticamente, com as empresas buscando habilidades que não existem hoje.

Mas, ainda há funcionários que se sentem menos engajados e menos leais a seus empregadores. É o que revela o estudo da consultoria corporativa Energage, feito com mais de 4.000 empresas. O resultado mostrou que os níveis de engajamento dos trabalhadores estão piores do que durante a pandemia.

Por outro lado, essa alteração na lealdade não surpreende. Isso porque a concorrência de burnout e estresse está em níveis recordes, junto do alto número de layoffs e congelamento de vagas anunciados nos últimos meses. A combinação de todos esses fatores contribui para mais trabalhadores buscarem carreiras não-lineares.

Por fim, enquanto alguns empregadores ainda podem desvalorizar trajetórias profissionais não-lineares, as circunstâncias estão mudando rapidamente. As companhias agora querem funcionários flexíveis que conseguem se adaptar à demanda do trabalho.

*Foto: Reprodução/Unsplash (Icons8 Team)