Algoritmos afetam procura por emprego nos Estados Unidos

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Algoritmos afetam procura por emprego por ser uma ferramenta que escaneia currículos; dispositivo já impediu 27 milhões de acharem seu próximo cargo

É cada vez mais comum que empresas utilizem tecnologia de automação para um processo de recrutamento e seleção. E é por meio da inteligência artificial (IA), que milhares de currículos que antes eram avaliados em dias, conseguem ser aprovados (ou ignorados) em minutos.

Algoritmos afetam procura por emprego

De acordo com um novo estudo feito por acadêmicos da Universidade de Harvard, estima que esse tipo de tecnologia possa impedir quase 27 milhões de norte-americanos de achar emprego em tempo integral. Sendo assim, eles se tornam “trabalhadores ocultos”.

Nos últimos 20 anos, empresas foram atrás de softwares que analisam currículos de acordo com o número de candidatos. E este mercado cresceu e, consequentemente, a ferramenta se tornou mais acessível.

Papel das plataformas

O papel dessas plataformas é o de ajudar a encontrar o candidato ideal por meio de palavras-chaves e experiência. Muitas delas com base em critérios específicos definidos por quem libera o processo.

Hoje, até 75% dos empregadores nos EUA possuem essa tecnologia, segundo o relatório.

Trabalhadores ocultos

Por outro lado, os trabalhadores ocultos, como diz o estudo, são candidatos que buscam vagas, porém, não obtêm sucesso por causa de “processos de contratação que se concentram no que eles não têm (como credenciais), em vez do valor que podem trazer (como habilidades)”.

Na pesquisa, os trabalhadores ocultos foram divididos em três categorias:

  • 63% estão trabalhando em um ou vários empregos de meio período, mas gostariam de um emprego em tempo integral;
  • 33% estão procurando emprego, mas estão desempregados há muito tempo;
  • e 4% são “ausentes do mercado de trabalho”, ou seja, procuram emprego, mas podem e têm vontade de trabalhar nas circunstâncias certas.

Conclusão da pesquisa de Harvard sobre os grupos mais afetados:

  • Veteranos;
  • Refugiados;
  • Pessoas com deficiência (PcD);
  • Pessoas com problemas de saúde física ou mental;
  • Ex-detentos;
  • Cuidadores de adultos ou idosos;
  • Pessoas cujos cônjuges se mudaram para uma nova cidade ou país
  • Idosos e pessoas com pouca ou nenhuma qualificação, sem diploma ou histórico de emprego também foram afetadas por ferramentas de IA.

27 milhões de trabalhadores ocultos

Além disso, o relatório ainda aponta:

“Nos EUA, existem, segundo nossas estimativas, mais de 27 milhões de trabalhadores ocultos. Nós estimamos proporções semelhantes no Reino Unido e na Alemanha.”

Como foi feita a pesquisa

Os pesquisadores ouviram 8.000 trabalhadores ocultos, antigos e atuais, além de 2.250 executivos do Reino Unido, Alemanha e EUA para entender o problema mais a fundo.

Em contrapartida, a pandemia de Covid-19 foi um fator que colaborou para o crescimento no número de trabalhadores ocultos. Entretanto, muitas pessoas acreditam que encontrar um emprego já era igualmente difícil antes da pandemia.

Recomendações

Contudo, o relatório traz algumas recomendações para as empresas conseguirem ser mais plurais em seus processos seletivos, como:

  • trocar de filtros “negativos” para afirmativos, como enfatizar em habilidades em vez de experiência acadêmica ou profissional;
  • e tornar o processo de candidatura mais fácil para atrair mais grupos, já que 84% dos entrevistados disseram ter dificuldade em se candidatar.

*Foto: Divulgação