Copom volta a juros baixos e mais investidores migram para o mercado de ações

copom volta a juros baixos e mais investidores migram para o mercado de ações

Copom volta a juros baixos, fixada agora em 2% (taxa Selic). Até o mês de maio em torno de 200 mil investidores migraram para o mercado de ações. O momento atual faz com que tenha uma busca por aplicativos que tragam melhores resultados de rentabilidade.

Copom volta a juros baixos

Todavia, entre os meses de janeiro e maio deste ano, em torno de 190 mil investidores entraram no mercado de ações. Os dados são da Anbima, que revela que o número de contas ativas passou de 575,8 mil para 765,7 mil, um aumento de 32,9%.

Vale lembrar que no mês de julho, após oito meses, fundos de renda fixa atingiram captação líquida positiva. No entanto, é importante entender as modalidades de renda fixa, a fim de identificar qual rende mais que a taxa de Selic ou se chegou o momento de diversificar suas carteira de ações e migrar para este mercado.

Custo x Oportunidade

Para o professor de Finanças do Insper, Michael Viriato:

“A alta nos investimentos em ação é justificada pela questão do custo / oportunidade. Como rentabilidade em aplicações mais conservadoras está piorando, diante das reduções de juros, os investidores iniciam um rebalanceamento de seus investimentos, buscando mais retorno financeiro. Algumas pessoas observam que o momento é propício para comprar ações, pensando em valorizar um longo prazo.”

Já para a sócia da Guelt Investimentos, Patrícia Bittencourt, os investidores buscam hoje por produtos que não diminuam seu poder de compra. Sobre isso, ela ainda citou a projeção do Boletim Focus para o IGP-M, que limita os contratos de aluguel e escolas, de alta de 8,66%:

“Ao pegarmos uma projeção do Focus para o IGP-M deste ano, uma alta qualidade é bem superior à Selic. As pessoas estão buscando produtos que podem oferecer ganho real e preservar ou patrimônio. Por isso, a alta nos investimentos em ação.”

Conta poupança

Ao mesmo tempo, a caderneta de economia tradicional também permanece crescendo. Com isso, o número de contas em poupança teve alta de 29,4%, de 65,8 milhões para 85,2 milhões.

Este aumento pode estar atrelado ao fato de que a conta poupança é isenta de imposto de renda e ainda oferece um retorno um pouco melhor diante de algumas aplicações de renda fixa. Além disso, durante a pandemia ela também serve como canal do governo para distribuição do auxílio emergencial.  

Viriato complementa:

“De fato, os itens foram pagos pela economia. Contudo, olhando para o patrimônio, vemos que ele avançou. As pessoas que receberam o auxílio precisaram gastar. Então, podemos considerar que esse aumento na economia é de novos investidores à procura de proteção.”

Prova disso é que no começo do ano, o patrimônio da caderneta estava em R$ 774,3 bilhões. E no fim de maio saltou para atingiu R $ 831,4 bilhões, alta de 7,37%. Em relação aos investimentos em ação, foi de quase 0,7% no período.

Copom volta a juros baixos e diversifica renda fixa

No quesito renda fixa, a categoria que mais atraiu pessoas do CDB/RDB, o número de investidores aumentou em 16,6%, entre janeiro e maio. Os títulos públicos (Tesouro Direto) tiveram avanço de 8,49% no período. Já o percentual de novos investimentos no Tesouro foi inferior às aplicações em debêntures (+10,02%) e Letras de Crédito Agrícola (LCA), de 8,77%. Viriato explica como funciona:

“Dentro da própria renda fixa, existem produtos que recuperam os melhores títulos públicos. Diante de um cenário de corte de juros, como as pessoas que são mais conservadoras ou que não querem arriscar em momentos de pandemia, podem procurar opções de remuneração mais do que apenas a Selic.”

Porém, Patrícia Bittencourt afirma que diminuir não significa ter de fugir da renda fixa em busca de retornos:

No entanto, Patrícia, da Guelt, reduzir que não é preciso fugir da renda fixa para obter retornos. Ela cita que produtos incentivados (impostos de renda) e alguns títulos do Tesouro como boas opções:

“Observamos várias opções de produtos incentivados recentemente, como debêntures e letras de crédito, com boas taxas. Além disso, os títulos do Tesouro com vencimentos mais longos, que evitam a inflação mais um percentual de juros, também recebem bons descontos. A chave para as carteiras agora é diversificada.”

*Arte: Divulgação