Gestão financeira do MEI: confira 5 práticas essenciais

Gestão financeira do MEI: confira 5 práticas essenciais

Gestão financeira do MEI, segundo especialistas, envolve apender ter um negócio rentável e equilibrado financeiramente

Para um microempreendedor individual (MEI), gerenciar uma empresa não é tarefa fácil. E quando assunto são as finanças, dúvidas e inseguranças costumam surgir. Sendo assim, no caso do MEIs é preciso saber gerenciar as finanças pessoais e da empresa, que, às vezes, podem se confundir.

Gestão financeira do MEI

Neste artigo, confira como a gestão financeira do MEI é uma peça importante para o sucesso do seu negócio. A seguir, conheça cinco práticas financeiras essenciais para que os MEIs tenham sucesso e equilíbrio financeiro, segundo Patrícia Peceguini, consultora de finanças do Sebrae-SP, e Liliane Lima, coordenadora do curso de bacharelado em Ciências Contábeis do Senac, apontaram essas práticas.

1 – Separe as finanças pessoais e da empresa

Segundo Patrícia Peceguini, é comum que muitos MEIs misturem os recursos pessoais com os da empresa, uma vez que concentram, na mesma pessoa, um CPF e um CNPJ. Entretanto, fazer uma separação clara entre essas duas esferas é fundamental para ter uma gestão financeira saudável e organizada.

Sendo assim, para evitar confusões, a primeira dica é elencar as necessidades familiares e preencher um orçamento doméstico que comporte registrar, controlar e aprimorar o uso de recursos. “A partir dele, é possível estabelecer uma necessidade de retirada [de dinheiro] que equilibre a necessidade familiar e a possibilidade da empresa”, explica Peceguini.

Chamada de pró-labore, essa retirada corresponde ao “salário” do empreendedor e constitui uma despesa fixa, que deve ser prevista no fluxo de caixa da empresa.

2 – Registre entradas e saídas de caixa

Registrar as entradas e saídas de caixa possibilita que o empreendedor entenda de onde vem e para onde vai o dinheiro da empresa, além de gerar o entendimento sobre os principais meios de pagamento feitos pelos clientes e os déficits e superávits de recursos.

Lima explica aqui que é importante manter um registro detalhado de todas as receitas (entradas) — como vendas de mercadorias e prestação de serviços — e de todos os gastos (saídas) —como produtos adquiridos para revenda, embalagens, aluguel, combustível, serviços contratados e o próprio pró-labore.

Contudo, é preciso entender também o impacto dos custos e das despesas do negócio no faturamento. Peceguini indica o uso do Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), que consiste em um resumo das operações financeiras da empresa. “Por meio do DRE é possível elencar os custos e despesas para, então, realizar a análise de cada um deles percentualmente em relação ao faturamento. Com isso, há a percepção sobre quais devem ser reduzidos, com o objetivo de melhorar os resultados do negócio”, afirma.

3 – Projete o fluxo de caixa mensalmente

Projetar o fluxo de caixa significa estimar todo o dinheiro que deve entrar e sair da empresa. Essa estimativa ajuda a visualizar antecipadamente qualquer problema que o caixa do negócio possa vir a enfrentar, diz Peceguini.

“Quando se nota com antecedência que a empresa estará sofrendo com falta de recursos para realizar seus pagamentos daqui a algumas semanas, por exemplo, é possível planejar uma tomada de recursos com juros mais baixos do que se buscado em cima da hora, ou adotar outras medidas, como renegociações e promoções que solucionem o problema com menores impactos”, explica.

A consultora financeira também destaca que manter essa projeção permite visualizar sobras de caixas futuras, o que permite aproveitar oportunidades de investimentos, como compra de estoque.

Fluxo de caixa

Siga este passo a passo:

  • Identificar as fontes de receita;
  • Fazer a estimativa de todas as despesas;
  • Considerar uma margem inadimplência dos clientes;
  • Conhecer os prazos de pagamento e recebimento;
  • Utilizar ferramentas de apoio, como programas de gestão financeira ou planilhas de Excel.

4 – Mantenha reserva de emergência e capital de giro

A reserva de emergência é o montante que deve ser mantido para lidar com imprevistos, como quedas nas vendas ou qualquer outra situação inesperada, explica Lima. Portanto, ter esse dinheiro guardado evita impactos graves no caixa da empresa quando complicações ocorrem.

Além da reserva, é importante que o empreendedor mantenha uma boa gestão do capital de giro. Ou seja, o dinheiro disponível em caixa para arcar com as despesas e dívidas de curto prazo. “Os recursos em caixa proporcionam, além do pagamento em dia dos fornecedores, evitar a tomada de recursos com pagamento de juros e aproveitar oportunidades diversas de compra de estoque e investimentos”, afirma Peceguini.

5 – Precifique corretamente seu serviço ou produto

Definir o preço a ser cobrado pelo serviço ou produto que será oferecido pode até parecer uma etapa simples. No entanto, é importante ter em mente que é justamente a definição do preço que permite que a empresa recupere todos os custos envolvidos para disponibilizar o serviço ou produto, além do lucro desejado.

Peceguini explica que para que a empresa ofereça produtos ao mercado consumidor, ela terá despesas com sua estrutura de negócio. E isso envolve comprar insumos e materiais, pagar impostos, comissões, fretes. Além disso, todos esses itens devem ser apurados e inclusos nos preços dos produtos e serviços. A consultora financeira ainda indica que, após formar o preço, é necessário verificar sua competitividade, comparando-o aos valores praticados pela concorrência.

Por fim, Liliane Lima afirma que essa etapa deve ser realizada antes mesmo da abertura do MEI, a partir da elaboração do plano de negócio. “Esse é um documento no qual o empreendedor registra todos os gastos necessários para abertura e funcionamento do negócio (aluguel, internet, energia elétrica, etc.), o preço a ser cobrado pelo produto ou serviço oferecido e canais de divulgação, por exemplo”, aponta.

*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/empresario-caucasiano-empresario-gerente-trabalhando-concentrado-no-escritorio-bem-sucedido_7911304